O PS acusou, esta quarta-feira, o Governo de preparar-se para fazer um "ataque brutal à classe média" com aumentos de impostos e reafirmou o seu voto contra a proposta de Orçamento do Estado para 2013.
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A posição foi transmitida pelo deputado socialista Pedro Marques, na sequência do anúncio pelo ministro de Estado e das Finanças, Vítor Gaspar, de medidas de aumento de impostos no âmbito do Orçamento do Estado para 2013.
Para o ex-secretário de Estado dos governos de José Sócrates, as medidas anunciadas por Vítor Gaspar representam "um ataque brutal à classe média e, como tal, o PS só pode reafirmar o seu voto contra a proposta do Governo de Orçamento do Estado para 2013".
"O Governo insiste num erro estratégico. A receita de sobredose de austeridade falhou e tudo o que está a acontecer no país é resultado do falhanço dessa política - falhanço porque Portugal não atingiu os objetivos orçamentais, há mais desemprego e mais recessão", disse.
O ex-secretário de Estado socialista defendeu depois que Portugal precisa de outro processo de ajustamento e observou que Vítor Gaspar não comunicou qualquer medida de apoio ao crescimento económico.
Em relação às medidas de aumento de impostos, sobretudo em sede de IRS, Pedro Marques, disse que a subida pode ser "na ordem dos três mil milhões de euros".
"Para funcionários públicos e pensionistas, parece que o Governo dá com uma mão [devolução de um dos subsídios] para tirar imediatamente com a outra. Por outro lado, os trabalhadores do setor privado têm um aumento brutal de impostos e para muitos desses trabalhadores significará a perda de um dos seus subsídios", acrescentou.
Na conferência de imprensa, Pedro Marques adiantou que o PS mantém a sua intenção de se abster face às moções de censura ao Governo apresentadas pelo Bloco de Esquerda e pelo PCP, que serão discutidas na quinta-feira na Assembleia da República.
Pedro Marques alegou que o PS está distante das opções do Governo, mas também de caminhos propostos por outroas forças políticas que afastariam Portugal da União Europeia.
Interrogado se o PS poderá em breve apresentar uma moção de censura, o deputado socialista disse que o plano atual é distinto daquele que existia quando estavam em cima da mesa mudanças na taxa social única (TSU). "Esse era um plano de fratura social, de retirar a trabalhadores para entregar a detentores de capital", sustentou.