O líder parlamentar do PS acusou, esta quarta-feira, o Governo e PSD de estarem a "brincar" com os portugueses com sugestões para que emigrem e, simultaneamente, a amedrontá-los ao anunciarem a conta gotas mais medidas de austeridade.
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Carlos Zorrinho falava a meio de uma reunião do Grupo Parlamentar do PS, reagindo a declarações recentemente feitas pelo primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, sobre emigração de professores e pelo eurodeputado social-democrata Paulo Rangel que defendeu a criação de uma agência para a emigração.
"O Governo está por um lado a amedrontar os portugueses, anunciando a conta gotas notícias que são sempre mais lesivas e de maior austeridade para as populações. Por outro lado, o Governo parece que está a brincar com os portugueses", declarou o líder da bancada socialista.
Carlos Zorrinho referiu-se depois a declarações do secretário de Estado da Juventude, Alexandre Mestre, e do primeiro-ministro sobre emigração dos jovens e dos professores, mas também à posição assumida terça-feira à noite por Paulo Rangel, que se referiu à criação de uma agência para a emigração.
"Isto é absolutamente inaceitável, porque isto é brincar com os portugueses. Em vez de uma estratégia de crescimento, de mobilização e de diálogo, o Governo tem duas linhas políticas: Amedrontar os portugueses e brincar com os portugueses", acusou.
Na sua declaração aos jornalistas, Carlos Zorrinho afirmou que o Grupo Parlamentar do PS "está muito preocupado com a total ausência de estratégia do Governo para fazer face às dificuldades que o país atravessa".
"No domingo, o Governo reuniu durante 11 horas num Conselho de Ministros informal e dessa reunião não saiu qualquer medida que fomente o crescimento, o emprego e a resposta às necessidades do país", apontou.
Para analisar a situação política nacional e internacional, Carlos Zorrinho adiantou que o Grupo Parlamentar do PS reunirá quinta-feira com os eurodeputados socialistas.
"No debate de quinta-feira sobre Europa vamos denunciar a prática inaceitável que está a ser seguida por parte do Governo", acrescentou.