O PS agendou um debate de atualidade sobre desemprego para sexta-feira e desafiou o Governo, dado o "aumento explosivo" dos desempregados e a posição francesa sobre política europeia, a aprovar a adenda ao tratado orçamental proposto pelos socialistas.
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"O grupo parlamentar do PS está fortemente preocupado com o aumento explosivo da taxa de desemprego em Portugal, que põe em causa o equilíbrio social, é muito problemática e precisa de respostas imediatas, rápidas e assertivas", disse o líder da bancada socialista, Carlos Zorrinho, em declarações aos jornalistas no Parlamento.
Zorrinho acrescentou que, "nesse sentido", o PS requereu a marcação de um debate de atualidade sobre o desemprego para sexta-feira, no plenário da Assembleia da República.
O líder parlamentar socialista acrescentou que face ao aumento da taxa de desemprego, que segundo dados do Instituto Nacional de Estatística, conhecidos na terça-feira, se situa nos 14,9%, e às declarações da nova presidência francesa, que "já disse que não ratificará nenhum tratado" sem uma "adenda para o crescimento", "não há nenhum razão" para a maioria PSD/CDS rejeitar a proposta do PS para que seja negociado um ato adicional ao pacto orçamental europeu.
O PS decidiu reapresentar um projeto de resolução para que seja negociado, a nível europeu, uma adenda ao tratado orçamental europeu, com medidas para a promoção do crescimento económico e do emprego.
Os socialistas apresentaram esta proposta pela primeira vez no mês passado, no dia em que o próprio tratado europeu foi debatido e aprovado pela Assembleia da República.
A maioria PSD/CDS rejeitou a iniciativa socialista, mas o PS insistiu na proposta, que será debatida na próxima quarta-feira pelo plenário dos deputados.
"Se há caminho para combater o desemprego é o caminho do crescimento", afirmou Carlos Zorrinho, que falava aos jornalistas após uma reunião do grupo parlamentar do PS.
Para o deputado, mais do que o novo posicionamento de França em relação a esta matéria, o "grande argumento" para que PSD e CDS votem favoravelmente uma adenda ao tratado europeu "é o desemprego".
Quando a proposta socialista foi inicialmente apresentada, considerou Zorrinho, "havia uma limitação, que era a rigidez da visão política da austeridade que, em certa medida, era imposta pela 'troika', mas que também era muito bem recebida" pelo Governo português.
"Há agora é uma janela de oportunidade, ou seja, temos agora as instituições europeias, políticos, o Conselho Europeu, a dizer que é preciso políticas para o crescimento. E num pais em que o desemprego sobe como está a subir em Portugal não se pode perder esta oportunidade de dizer sim, é preciso políticas para o crescimento e Portugal aqui está na primeira linha a pô-las em prática", acrescentou.