O PS considera que é "lamentável" que tenha sido necessário o Conselho de Estado alertar o Governo para proceder a um diálogo construtivo. Os Verdes dizem que do encontro saiu "um conjunto de generalidades".
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O Conselho de Estado apelou, na terça-feira, a todas as forças políticas e sociais para que impere um "espírito de diálogo construtivo" capaz de assegurar os interesses que melhor sirvam os interesses do país.
O líder parlamentar socialista, Carlos Zorrinho, considera que "o Conselho de Estado transmitiu uma mensagem oportuna e adequada sobre a necessidade de haver um diálogo construtivo e, ao mesmo tempo, um crescimento sustentável da economia".
No entanto, o socialista entende que "é lamentável que tivesse de ser o Conselho de Estado a explicar à maioria governativa que, num momento tão difícil para o país, não se deve fechar em si própria e deve ouvir os portugueses, os parceiros, sociais, o Parlamento e, em particular, o PS, que foi um dos partidos que se comprometeu com as metas do memorando da 'troika' na sua formação inicial".
Carlos Zorrinho sublinhou que "o PS tem estado sempre disponível para colaborar para o diálogo construtivo", mas "ostensivamente" não tem sido envolvido.
O líder parlamentar socialista recordou que "a alteração ao memorando da 'troika' foi feita sem qualquer informação ao PS nem ao Parlamento", adiantando que o mesmo se verificou na elaboração da proposta de lei do Orçamento do Estado de 2012 (OE2012), apresentada pelo Governo de coligação PSD/CDS-PP.
Ainda assim, Carlos Zorrinho garantiu que o grupo parlamentar que lidera vai apresentar as suas propostas "em linha com as sugestões do Conselho de Estado" para que Portugal possa "cumprir as metas" com que inicialmente se comprometeu e para que exista "uma política de combate à espiral recessiva".
"Generalidades"
Numa outra reacção da Esquerda parlamentar, o Partido Ecologista os Verdes (PEV) acusa o Conselho de Estado de ter proferido "um conjunto de generalidades que não decifram muito da discussão" que terá sido "pormenorizada", tendo em conta o número de horas do encontro, seis.
"Os Verdes não concordam com aquilo que foi anunciado porque defendemos uma necessidade imperiosa de renegociação da dívida e das metas de défice", afirmou a deputada Heloísa Apolónia, reiterando que "defender [as metas] tal qual como estão propostas é contribuir para o estrangulamento deste país".