O secretário-geral do PS defendeu, esta quarta-feira, que o primeiro-ministro está "cada vez mais isolado" por não querer mudar de rumo, criticando a "ausência de medidas" para combater o desemprego e a "teimosia política" de Passos Coelho.
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No final do confronto com o primeiro-ministro no debate quinzenal no Parlamento, António José Seguro concluiu que o primeiro-ministro "está de costas voltadas para os portugueses" e "infelizmente irredutível para mudar de caminho".
"O senhor não quer mudar porque está politicamente teimoso e está enfeudado numa política de austeridade do custe o que custar que nos está a levar para o empobrecimento e para o desastre, mas o senhor está cada vez mais sozinho e mais isolado em Portugal", acusou Seguro, sendo aplaudido de pé pelos deputados da bancada socialista.
António José Seguro perguntou ao primeiro-ministro sobre as medidas de combate ao desemprego perante quase "um milhão de desempregados", questionando o que é que Passos Coelho "está a fazer à frente do Governo se não é capaz de responder aos problemas do país".
Na resposta, o primeiro-ministro assumiu uma "total divergência" com a "atitude" do secretário-geral socialista de querer que o Governo abandone a política seguida e optar por uma política de estímulos à economia. "Portanto, que voltem a fazer a asneira", criticou Passos Coelho, advertindo que a consequência de ter uma política expansiva de estímulos à economia "só agrava a dívida" e não melhora a situação do país.
Em relação ao desemprego, Passos Coelho defendeu que para combater o desemprego estrutural são necessárias reformas estruturais e não medidas isoladas.
"Eu não preciso de fazer números a apresentar medidas a pedido do senhor deputado, nós temos vindo a tomá-las mas não confundimos a árvore com a floresta. Sabemos que o desemprego estrutural não é combatido com medidas ativas de emprego, é com reformas estruturais", disse Passos Coelho.
Questionado sobre se o Governo tenciona avançar com o corte de quatro mil milhões de euros nas funções do Estado, o primeiro-ministro não respondeu, perguntando por sua vez qual é a opinião do PS sobre notícias que dão conta de que o governo francês, socialista, pretende avançar com cortes idênticos.