O PS considerou "uma manobra de diversão" e um mero acto de "prova de vida" a decisão do PCP de avançar com uma moção de censura ao Governo, apelando ao sentido de "responsabilidade" das restantes forças políticas.
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A posição foi transmitida aos jornalistas pela vice-presidente do Grupo Parlamentar do PS Ana Catarina Mendes, em reacção à decisão do Comité Central do PCP de apresentar um moção de censura ao Governo, contra a sua política de austeridade.
"Talvez estejamos perante uma manobra de diversão do PCP, ou até perante uma prova de vida do PCP. Uma moção de censura, nesta altura do campeonato, se tivesse como consequência a sua aprovação e o derrube do Governo, seria um ato de insensatez e de irresponsabilidade, que levaria o país a um colapso, agravando a instabilidade nos mercados financeiros", sustentou Ana Catarina Mendes.
Ana Catarina Mendes referiu que "o PS ficou surpreendido" com a decisão do PCP, "até porque uma moção de censura tem como fim derrubar o Governo e não para dar sinais públicos de protestos".
"O país e a Europa vivem um momento particularmente excepcional e difícil. Nesta altura, podemos ter as nossas divergências, mas o caminho tem de ser no sentido de convergir nos aspectos essenciais para a defesa do país e, sobretudo, para a defesa das pessoas", advertiu.
Interrogado sobre o comportamento que o PS espera das restantes forças políticas quando a moção de censura do PCP for votada no Parlamento, a vice-presidente da bancada socialista apelou a uma atitude de "responsabilidade".
"Haverá muito tempo na Assembleia da República para debatermos as diferentes opções, mas este momento requer responsabilidade. O próprio PSD colocou de lado as suas divergências, dizendo que este momento é excepcional e, como tal, exige respostas excepcionais", apontou.