O dirigente socialista Eurico Brilhante Dias salientou, esta quinta-feira, que o PS rejeita em qualquer circunstância um perdão para a dívida portuguesa, mas que defende uma renegociação ao nível das maturidades, juros e eventuais moratórias.
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Esta posição do membro do Secretariado Nacional do PS foi assumida em conferência de imprensa, depois de o PSD, por via do deputado Carlos Abreu Amorim, ter apontado "contradições" entre os socialistas em matéria de resolução da questão da dívida, citando para o efeito posições que terão sido defendidas pelo deputado do PS João Galamba ao jornal "Sol" a favor de um "hair cut".
"A posição do PS é clara, transparente e límpida: Defende uma renegociação da dívida e não defende em circunstância alguma um corte ou um perdão de dívida", respondeu o dirigente do PS.
Eurico Brilhante Dias especificou que o PS "defende a renegociação da dívida", designadamente ao nível de "maturidades, juros e eventuais moratórias".
"O PS não defende um 'hair cut' nem um perdão de dívida", frisou.
Interrogado sobre a data de 5 de maio para o Governo anunciar a forma como Portugal vai sair do atual programa de assistência financeira, o dirigente socialista alegou que o PS não pode pronunciar-se sobre esse calendário, porque "não dispõe de qualquer informação sobre o processo de conclusão do programa".
A mesma resposta tinha sido dada por Eurico Brilhante Dias sobre a revelação feita pelo comissário europeu [agora com mandato suspenso] Olli Rehn, na quarta-feira, segundo a qual a Finlândia, ao exigir garantias aos Estados-membros que recebem empréstimos na zona euro, dificulta uma eventual opção de Portugal por um programa cautelar.
"O Governo nunca, em circunstância alguma, informou o PS sobre as possíveis negociações ou sobre a possibilidade de estar neste momento a negociar algum tipo de programa cautelar", referiu.
Já sobre a trajetória descendente das taxas de juro de Portugal nos mercados internacionais, Eurico Brilhante Dias advogou que a Grécia apresenta uma trajetória idêntica e atribuiu essa evolução "a fatores de conjunto da zona euro - em particular a atividade do Banco Central Europeu (BCE) - e não a consequências das políticas de austeridade cega aplicadas em Portugal".