A marcação de eleições directas para a liderança do PSD, depois do período de debate orçamental, obteve consenso na reunião do Conselho Nacional social-democrata.
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O calendário foi anunciado pela presidente do PSD no início da reunião do Conselho Nacional, num discurso em que considerou que seria uma irresponsabilidade deixar neste momento a liderança do partido, de acordo com conselheiros nacionais sociais-democratas ouvidos pela Agência Lusa.
Embora vários conselheiros nacionais assumam como certo que Manuela Ferreira Leite não será novamente candidata à liderança do PSD, a própria não o disse e, à saída da reunião, questionada pelos jornalistas, escusou-se a responder se vai ou não recandidatar-se.
No final da reunião, Pedro Passos Coelho, o único social-democrata que anunciou, até ao momento, que será candidato à liderança do PSD quando houver eleições directas, manifestou-se de acordo com o calendário estabelecido por Manuela Ferreira Leite.
Numa declaração à comunicação social, o líder parlamentar e vice-presidente do PSD, Aguiar Branco, relatou que "o Conselho Nacional sufragou, por largo consenso, pelas intervenções que foram feitas", a decisão de Manuela Ferreira Leite de marcar directas "a seguir à aprovação do Orçamento do Estado".
"Portanto, tem toda a legitimidade e o partido acompanha-a nessa posição", acrescentou Aguiar Branco.
Divergências e a importância da estabilidade
Segundo relatos da reunião feitos à Agência Lusa, as divergências entre conselheiros nacionais foram sobretudo quanto à avaliação dos resultados do ciclo eleitoral deste ano e do desempenho da actual liderança do PSD.
Manuela Ferreira Leite disse que o PSD venceu duas eleições, as europeias e as autárquicas, e perdeu as legislativas, mas retirando a maioria absoluta ao PS e aumentando o número de deputados.
Ainda segundo sociais-democratas que participaram na reunião, o vice-presidente do PSD Rui Rio defendeu a importância de haver estabilidade na liderança do partido, apontando que os retratos de antigos presidentes enchem já a parede junto à escadaria da entrada da sede social-democrata.
Na reunião do Conselho Nacional, que se prolongou até à madrugada de hoje, sexta-feira, Carlos Carreiras anunciou que se vai recandidatar à presidência da distrital de Lisboa do PSD.
O presidente da distrital social-democrata do Porto, Marco António Costa, por sua vez, afirmou a sua recandidatura como descomprometida do apoio que no passado deu a Pedro Passos Coelho na corrida para a liderança do PSD.