O líder da bancada do PSD recusou, esta quinta-feira, comentar as declarações da ministra da Justiça sobre as buscas realizadas pela PJ às residências de três ex-membros dos governos de Sócrates, que disse desconhecer.
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"Não conheço, nem comentarei", afirmou Luís Montenegro aos jornalistas, à saída de uma reunião do grupo parlamentar do PSD, recordando que na quarta-feira se referiu à matéria, tendo então pedido "rapidez" nas investigações e que se tirem "conclusões e que se apurem responsabilidades".
Luís Montenegro recusou igualmente pronunciar-se sobre as acusações de deputados do PS hoje na reunião da bancada socialista, que manifestaram "indignação" pelas declarações da ministra, Paula Teixeira da Cruz, e sugeriram a sua demissão.
Na quarta-feira, durante uma visita ao Estabelecimento Prisional de Caxias, Paula Teixeira da Cruz foi interrogada pelos jornalistas sobre as buscas feitas pela PJ às residências dos ex-ministros Mário Lino, António Mendonça e do ex-secretário de Estado (e atual deputado do PS) Paulo Campos no âmbito da investigação sobre as Parcerias Público Privadas (PPP).
Na resposta, a ministra da Justiça afirmou que "ninguém está acima da lei", que "tudo deve ser investigado" e que "acabou o tempo" em que havia "impunidade" - declaração que os socialistas entenderam como uma "difamação" em relação ao tempo dos anteriores governos e que caracterizaram como "protofascista".
Na reunião da bancada do PS, segundo fontes socialistas, deputados como José Lello, Alberto Martins (ex-ministro da Justiça) e a vice-presidente da bancada Isabel Oneto criticaram duramente a ministra da Justiça.
Em declarações à agência Lusa, o deputado socialista João Galamba sugeriu mesmo que o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, demita Paula Teixeira da Cruz.
"Se o primeiro-ministro quer mostrar que respeita os princípios do Estado de Direito, deve demitir a sua ministra da Justiça, que fez declarações absolutamente inaceitáveis", disse.
Na mesma linha, a deputada independente do PS Isabel Moreira considerou que Paula Teixeira da Cruz fez declarações lamentáveis e disse que"se tivesse uma posição de autoridade, pediria a demissão da ministra da Justiça".