A presidente do PSD, Manuela Ferreira Leite, considerou "inqualificável" que o PS recuse a análise das contas públicas e afirmou que se essa recusa se mantiver concluirá que "há muito escondido".
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Manuela Ferreira Leite falava aos jornalistas no final de uma visita ao Instituto Superior de Economia e Gestão (ISEG), onde foi aluna e docente.
"Quanto ao futuro, aquilo que mais me preocupa é o facto de hoje o PS ter recusado liminarmente a ideia, que eu considerava absolutamente essencial, de se analisar em que situação estão as contas públicas", declarou.
Manuela Ferreira Leite referia-se à análise das contas públicas pela Unidade Técnica de Apoio Orçamental (UTAO) da Assembleia da República que foi pedida pelo PSD na terça-feira.
"Neste momento ninguém está a pedir a intervenção do Banco de Portugal. Aquilo que se está a dizer é que existe já essa entidade, existe uma entidade independente para acompanhar as contas públicas no Parlamento, que deveria neste momento pronunciar-se, porque surge a ideia, dos factos, de que afinal as contas públicas estão verdadeiramente descontroladas", defendeu.
"Os partidos da oposição e quem se candidata a ter responsabilidades no país tem o direito de saber exactamente o que é que vai encontrar", acrescentou.
De acordo com a presidente do PSD, é "inqualificável que seja possível negar-se essa análise" das contas públicas e isso "significa que há alguma coisa a esconder".
"Portanto, se o PS continuar a negar eu retirarei daí as respectivas conclusões: que há muito escondido que é necessário não mostrar. Se não, evidentemente que o caminho lógico era este", rematou.
Questionada se o Banco de Portugal deveria ser chamado a analisar as contas públicas, Manuela Ferreira Leite respondeu que existe uma entidade no Parlamento para esse efeito e observou: "Se não funciona no momento e com o objectivo para o qual foi criada, então pergunto o que é que lá está a fazer".
Ainda sobre o Banco de Portugal, a presidente do PSD referiu que este "foi levado a intervir uma vez a pedido do Governo do dr. Durão Barroso porque o Eurostat tinha recusado as contas que Portugal tinha apresentado".
"Aquilo que se passou depois em relação ao Governo do dr. Santana Lopes eu prefiro não comentar porque aí penso que ultrapassou aquilo que era razoável ter acontecido. Mas, neste momento, ninguém está a pedir a intervenção do Banco de Portugal", completou.