Os cabeça de lista da coligação PSD/CDS-PP ao Parlamento Europeu, Paulo Rangel, alegou sábado que o PS encara as eleições europeias de 25 de maio como eleições internas, um teste à liderança de António José Seguro.
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"Nós não somos como o PS, que quer fazer destas eleições uma espécie de teste. "s vezes, parece-nos que é um teste mais interno do que nacional. É a ver se o líder deles resiste mesmo. É a sensação que nós temos", disse Paulo Rangel, numa ação de campanha sobre a "agenda europeia para o crescimento e emprego" da coligação Aliança Portugal, no Auditório Municipal de Esposende.
Referindo que há dias considerou que "o PS olhava para as eleições europeias como pré-legislativas, uma espécie de primeira volta", Paulo Rangel acrescentou: "Pus-me a pensar melhor, e a ver as contradições que há entre Seguro e Assis, e começo a pensar: às tantas, eles não estão a olhar para as eleições europeias como eleições legislativas, eles estão a olhar para as eleições europeias como eleições internas do PS. É dessa forma que eles estão a encará-las, e por isso é que eles estão tão desesperados e só falam de assuntos nacionais".
Nesta ação de campanha, tanto Paulo Rangel como o número um do CDS-PP na lista da Aliança Portugal, Nuno Melo, insistiram na ideia de que o PS deixou o país na bancarrota e pretende um regresso ao despesismo do Estado e aos "projetos megalómanos", e o nome do ex-primeiro-ministro José Sócrates foi mencionado várias vezes. "Eles estão lá, Sócrates está lá", afirmou Nuno Melo.
Os dois eurodeputados defenderam que a austeridade imposta aos portugueses valeu a pena, porque permitiu superar a emergência financeira, e que agora é preciso assegurar que não se volta atrás.
E ambos falaram em "milagre", o social-democrata para descrever a forma como a imprensa estrangeira relata a superação da situação de resgate financeiro por parte de Portugal e o centrista para qualificar as mudanças no setor da agricultura nos últimos três anos.
"Está a dar-se a viragem, a retoma, a reabilitação do país", advogou Paulo Rangel. "A política de sacrifícios começou o seu fim no momento em que o primeiro-ministro há cerca de uma semana, nem isso, anunciou que a 'troika' voltaria a casa e que teríamos uma saída limpa", sustentou Nuno Melo.
Antes, o eurodeputado social-democrata José Manuel Fernandes, 7.º da lista PSD/CDS-PP às eleições do dia 25, fez um discurso centrado nas "muitas oportunidades" que o próximo quadro de fundos europeus vai proporcionar.