Augusto Santos Silva disse, no Parlamento, que nunca se pronunciou como ministro sobre o cancelamento do "Jornal Nacional" da TVI, mas apenas como dirigente socialista por considerar que a decisão prejudicava o PS.
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Augusto Santos Silva está a ser ouvido na comissão parlamentar de Ética, Sociedade e Cultura sobre o exercício da liberdade de expressão em Portugal, tendo referido no início da audição estar a falar na qualidade de cidadão e não de ministro.
"Nunca me pronunciei como ministro sobre o cancelamento do jornal, o que fiz foi, como dirigente do PS, uma conferência de imprensa a exprimir a minha posição. Aquela decisão prejudicava o PS no contexto em que tinha sido tomada, em período pré-eleitoral", explicou.
O actual ministro da Defesa adiantou que na altura exigiu esclarecimentos à TVI e solicitou à Entidade Reguladora para a Comunicação Social para que, "no âmbito das suas competências, abrisse o competente processo".
Santos Silva foi chamado ao Parlamento já que desempenhava funções de ministro dos Assuntos Parlamentares com a pasta da comunicação social na última legislatura, altura em que decorreram várias das questões que a comissão parlamentar está a analisar.
Questões que passam pela suspensão do 'Jornal Nacional de Sexta' - e que, segundo o ex-director da TVI e a pivot do jornal, aconteceu por influência do primeiro ministro - e pela tentativa da PT de comprar a dona da TVI alegadamente para que o Governo pudesse interferir na informação daquela estação televisiva.