O secretário-geral do PS defendeu, esta sexta-feira, a abertura de um amplo debate no Parlamento sobre transparência na vida pública e política, em que se possa inclusivamente discutir a eventual importância de se especificarem ligações a obediências maçónicas.
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António José Seguro falava aos jornalistas no final do debate quinzenal com o primeiro-ministro, depois de confrontado com a polémica sobre as ligações à maçonaria por parte de titulares de cargos políticos.
Interrogado se o registo de interesses dos titulares de cargos políticos deve obrigar a especificar ligações a obediência maçónicas, o secretário-geral do PS respondeu que defende a existência de "transparência na vida pública e na vida política".
"Sou um defensor intransigente da transparência na vida política e na vida pública nacional. Considero que todas as situações que estejam na fronteira devem ser debatidas e esclarecidas com ponderação, ouvindo todas as partes e todos os contributos", respondeu.
Perante a insistência dos jornalistas nesta questão, Seguro referiu que os portugueses "contarão com o PS e com o seu líder para introduzir transparência na vida pública".
António José Seguro fez depois alusão a um pacote de projectos já apresentados na Assembleia da República pelo seu partido "precisamente nesse sentido de reforçar a transparência".
"É em sede de um debate esclarecido e tranquilo que todas as questões, incluindo essa [a das ligações a obediências maçónicas], devem ser equacionadas. Portanto, trata-se de um debate que está na sociedade portuguesa, o Parlamento não pode virar costas a esse debate, tem de haver clareza, reflexão, mas também muita serenidade", disse.
Para o líder do PS, esse futuro debate sobre que tipo de interesses devem os titulares de cargos políticos declarar "deve conduzir a soluções de maior transparência, mas deve igualmente ser feito com tranquilidade".
"É importante que desse debate saiam decisões sólidas e baseadas em princípios e valores", acrescentou.