O secretário-geral do PS, António José Seguro, chegou, esta sexta-feira a Belém às 15,30 horas e o primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, uma hora depois, de acordo com relatos dos repórteres televisivos no local.
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O PS colocou no site oficial do partido uma nota às 15,40 horas a dizer "António José Seguro recebido em Belém pelo Presidente da República", indicando, às 16,45 horas, o fim da reunião entre o secretário-geral socialista e Cavaco Silva.
Fonte de Belém, contactada pela Lusa ao início da tarde, apenas disse que o presidente da República, Cavaco Silva, não tem agenda pública para esta sexta-feira, mas tem "trabalho de gabinete e pode receber personalidades".
Cavaco Silva regressou, à hora de almoço, de uma visita de dois dias às Ilhas Selvagens e, na quinta-feira, em declarações aos jornalistas disse que, quando regressasse a Lisboa, teria a "porta aberta" e desdramatizou o prazo de uma semana fixado pelos partidos para as conversações, que terminaria no domingo dizendo que a "pressa pode ser inimiga do bom".
"Se fosse mais um dia ou dois e conseguíssemos o bom então devíamos ficar satisfeitos na mesma", afirmou na quinta-feira, garantindo que irá aceitar a decisão dos partidos "qualquer que ela seja".
A oitava reunião entre PSD, PS e CDS-PP com vista ao 'compromisso de salvação nacional' pedido pelo Presidente da República, e que hoje decorreu no Largo do Rato, terminou cerca das 14 horas e o comunicado não faz qualquer referência a futuras reuniões nem ao andamento das conversações.
"Realizou-se hoje a oitava reunião do processo de diálogo interpartidário iniciado no dia 14 de julho de 2013, com vista a alcançar um compromisso de salvação nacional", refere apenas o comunicado final emitido hoje pelos três partidos.
A crise política arrasta-se há duas semanas, depois das demissões do ministro das Finanças, Vítor Gaspar, a 1 de julho, e do ministro dos Negócios Estrangeiros, Paulo Portas, no dia seguinte.
O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, não aceitou a demissão de Portas - que justificou o pedido por ser contra a escolha de Maria Luís Albuquerque para substituir Gaspar - e a maioria PSD/CDS-PP apresentou ao Presidente da República e publicamente a 6 de julho um compromisso até ao final da legislatura, que passaria, nomeadamente, por uma remodelação com Paulo Portas a vice primeiro-ministro.
A 10 de julho, o presidente da República, Aníbal Cavaco Silva, fez uma comunicação ao país onde não se referiu à solução que lhe foi proposta pela maioria e na qual propôs um 'compromisso de salvação nacional' entre PSD, PS e CDS, que inclui eleições a partir de junho de 2014.
Na sequência desta proposta, os três partidos iniciaram as conversações no passado domingo, tendo-se reunido diariamente (por vezes mais do que uma vez por dia) desde então.