António José Seguro defendeu este sábado, no Porto, que "não podemos ter nos governos gente que não inspira confiança", quando questionado sobre a notícia de que Rui Machete terá mentido ao Parlamento. "A confirmar-se a mentira", prova "a matriz" do Governo, a começar pelo primeiro-ministro.
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Questionado pelos jornalistas sobre se concorda com o pedido de demissão defendido pelo BE, por Rui Machete ter alegadamente mentido ao Parlamento em 2008 numa resposta escrita à comissão de inquérito ao caso BPN, quando disse que nunca tinha sido acionista da SLN, o secretário-geral do PS comentou que, para ele, "a questão é muito simples".
"A confirmar-se essa notícia, demonstra a essência deste Governo. Não podemos ter na vida pública, e nos governos muito menos, gente que não inspira confiança. Gente que diz uma coisa antes e diz outra depois. Temos que ter no Governo gente que inspire confiança", reagiu no final de um comício com Manuel Pizarro, candidato do PS à Câmara do Porto.
Insistindo que "ninguém pode mentir" e que, "a confirmar-se a mentira, isso significa que há uma matriz" neste Executivo, Seguro recordou que "já não é o primeiro membro do Governo a fazê-lo".
"A ministra das Finanças fez a mesma coisa e o primeiro-ministro, durante a campanha eleitoral para as legislativas, também prometeu designadamente que não havia cortes retroativos nas reformas e agora já vem dizer exatamente o contrário. Está aqui uma matriz que demonstra e evidencia qual é a natureza deste Governo", atacou o líder do PS.
O Bloco de Esquerda pediu, este sábado, a demissão do ministro dos Negócios Estrangeiros por este ter alegadamente mentido ao Parlamento em 2008 numa resposta escrita à comissão de inquérito ao caso BPN.
Quanto às críticas que o PS faz a Passos Coelho, durante a sua intervenção no comício, António José Seguro pediu-lhe uma explicação sobre os cortes "retroativos" nas pensões da Caixa Geral de Aposentações. E atribiu ao Governo "uma mentalidade pré-histórica" por não defender a educação e a qualificação.
"O primeiro-ministro disse que não iria fazer cortes retroativos nas pensões, mas agora pretende fazer o contrário. Exigimos uma explicação do primeiro-ministro. Tem de explicar porque está a faltar à verdade e porque não cumpre as suas promessas", denunciou o secretário-geral socialista.