Seguro promete rever reorganização das freguesias quando for primeiro-ministro
O secretário-geral do PS, António José Seguro, prometeu, este sábado, na Covilhã, que vai rever a lei de organização das freguesias quando for primeiro-ministro, por discordar da reorganização "a régua e a esquadro".
Corpo do artigo
"Se for primeiro-ministro, como espero, quero garantir-vos que vou rever a lei de organização das freguesias, de modo a trabalhar uma verdadeira reorganização, mas ouvindo as populações, ouvindo os seus representantes, que são os presidentes das suas Juntas de Freguesia e que são os seus presidentes de Câmara", afirmou.
O líder socialista, que falava na Covilhã, na apresentação do candidato socialista à Câmara local, Vítor Pereira, disse que é a favor da reorganização, mas "uma coisa é reorganizar a régua e a esquadro, sem conhecer o país, em particular o interior" e outra é falar com os autarcas.
"Porque só quem não vive no interior, só quem não conhece o interior do nosso país, é que pode encerrar freguesias com base no número de pessoas que lá vivem", acrescentou.
Lembrou que nas freguesias do interior vivem hoje "pessoas de idade avançada" que "já viram partir" o centro de saúde, o posto da GNR, a estação de Correios e a escola primária, "e a única relação que têm com o Estado é precisamente através do seu presidente de Junta [de Freguesia], do secretário ou do tesoureiro".
Na sua intervenção, António José Seguro defendeu também que o interior de Portugal "precisa de um apoio específico".
"Há muita gente que olha para o interior como se fosse um fardo, um encargo. Há pouca gente e, portanto, se calhar o melhor até era encerrar o interior. Nós, que aqui nascemos ou que aqui vivemos, sabemos que não é assim", declarou.
O líder socialista afirmou que o interior "é uma oportunidade, se houver políticas públicas que ajudem a criar condições para que a inteligência, o trabalho e a dedicação" possam ser "colocados à disposição desta terra e desta gente".
Apontou que desde o 25 de Abril o interior conhece dois momentos significativos: "um quando está a direita a governar, o outro quando está o PS a governar".
No entanto, indicou que o PS tem "uma sensibilidade diferente para o interior" e, nos governos de António Guterres e de José Sócrates, o interior do país "avançou", lembrando duas "marcas fundamentais" para a cidade onde discursava: a autoestrada A23 (Guarda/Torres Novas) e a Faculdade de Medicina.
"Este país não terá futuro se o interior também não tiver futuro, porque não há um país de litoral e um país do interior. Há um só país porque só há um povo português que merece ter as mesmas oportunidades", disse.