O Sindicato dos Quadros Técnicos do Estado considerou esta terça-feira que a intenção do Governo em apresentar um novo PRACE se traduz numa "reestruturação cega", promovendo alterações "com machadadas" sem respeitar os trabalhadores.
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"A medida que nos merece real preocupação é a implementação de um segundo PRACE, sabendo nós que só se fala deste programa quando se quer fazer reestruturações às cegas, partindo daquilo que é uma dada despesa orçamental e sem ter em conta os objectivos dos serviços e a gestão das pessoas. Isso preocupa-nos", disse à Lusa o presidente do STE, Bettencourt Picanço.
O Governo PSD/CDS vai apresentar ainda este ano um novo programa de reestruturação da administração central do Estado para executar de forma "rigorosa e ambiciosa", que prevê a extinção, fusão e redução de fundações, institutos ou observatórios.
O líder sindical lamentou que Portugal não tenha um Governo "que participe na construção do futuro, procurando fazer isso com os trabalhadores em geral e da administração pública, em particular".
No entender de Bettencourt Picanço, "o que se pretende é promover essas alteração com algumas machadadas sem que elas se reflitam em melhores serviços".
O Executivo, no programa do Governo hoje entregue na Assembleia da República, assume que o Programa para a Reestruturação da Administração Central do Estado (PRACE) teve "efeitos muito reduzidos" e não conseguiu "emagrecer" a estrutura e os custos fixos do Estado.