O Sindicato dos Enfermeiros Portugueses acusou, esta quinta-feira, o Ministério da Saúde de estar a fazer "cortes cegos e indiscriminados" no sector e de ter iniciado despedimentos de enfermeiros na Grande Lisboa.
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Segundo um comunicado do Sindicato dos Enfermeiros Portugueses (SEP), o ministério decidiu despedir, esta quinta-feira, 24 enfermeiros na Grande Lisboa, devido ao despacho publicado na quarta-feira passada e que determina que os hospitais, centros hospitalares e unidades locais de saúde integrados no sector empresarial do Estado têm de reduzir 11% os seus custos operacionais em 2012.
No entanto, o sindicato dos enfermeiros considera que o despedimento dos 24 enfermeiros vai implicar uma perda de 840 horas semanais de cuidados de enfermagem e 3360 horas semanais.
"A redução do número de horas de cuidados de enfermagem disponíveis irá colocar ainda mais dificuldades aos utentes no acesso aos cuidados de saúde de qualidade, em segurança e em tempo útil, bem como o abandono de programas de promoção de saúde e prevenção da doença", adverte o SEP.
Os enfermeiros da Grande Lisboa foram despedidos através de uma mensagem no correio electrónico (e-mail) e a justificação que receberam foi a necessidade de garantir "a sustentabilidade das contas públicas".
O secretário de Estado da Saúde, Manuel Teixeira, explicou, esta quinta-feira, que esta medida visa o cumprimento da exigência da "troika" internacional (Fundo Monetário Internacional, Banco Central Europeu e Comissão Europeia) de redução da despesa das unidades EPE (Entidades Públicas Empresariais) em 750 milhões de euros, ou 15 por cento, no período entre 2011 e 2013.
A Ordem dos Enfermeiros, perante estas medidas, manifestou-se apreensiva com as consequências da redução do número de enfermeiros face à falta de pessoal que se tem verificado. Segundo a Ordem tem "sido identificada a necessidade de mais de 3500 enfermeiros só nos centros de saúde".