O dirigente do PSD Carlos Carreiras disse, domingo, que, ao só aceitar ser deputado se for presidente da Assembleia da República, Fernando Nobre está a fazer o que fez Mário Soares quando foi para o Parlamento Europeu.
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À entrada para a reunião do Conselho Nacional do PSD, em Lisboa, Carlos Carreiras foi um dos vários conselheiros nacionais que defenderam a candidatura de Fernando Nobre a deputado e a presidente da Assembleia da República.
Segundo Carlos Carreiras, "o PSD passou à prática aquilo que todos dizem, mas que só falam e depois não aplicam", ao convidar um independente para cabeça de lista por Lisboa, e o presidente da AMI teve uma atitude de transparência ao anunciar que renunciará ao cargo de deputado se não for eleito presidente da Assembleia da República.
"Enganar seria se o doutor Fernando Nobre tivesse essa percepção, tivesse essa decisão e não a comunicasse. Comunicou, o jogo está limpo, está aberto, está transparente", argumentou o presidente da distrital do PSD de Lisboa, acrescentando que "já vários tiveram essa predisposição", como "o doutor Mário Soares quando foi para o Parlamento Europeu".
"Está-se a fazer um caso que não tem razão nenhuma de ser", considerou Carlos Carreiras.
Por sua vez, o presidente da Câmara Municipal das Caldas da Rainha, Fernando Costa, considerou que Fernando Nobre "teve a coragem de dizer antes" o que iria fazer, acrescentando que faria o mesmo: "Com o prestígio que tem no mundo nacional, internacional, com a votação que teve, eu, no lugar dele, não aceitaria ser um deputado entre os 230".
"É tempo de os partidos darem lugar a pessoas com voz própria, ainda que sejam desagradáveis, é tempo de dar voz a correntes de opinião pública, diferentes dos partidos", defendeu.