O ministro das Finanças, Fernando Teixeira dos Santos, confirmou, esta sexta-feira, à chegada à reunião do Eurogrupo, em Budapeste, que Portugal formalizou na quinta-feira à noite o pedido de ajuda, que vai agora começar a ser preparada. "Não é um auxílio só de meia dúzia de meses, é por um período mais alargado", disse.
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À entrada para a reunião de ministros das Finanças da Zona Euro, Fernando Teixeira dos Santos disse que é "prematuro" falar em montantes da assistência financeira, indicando que agora é que arranca trabalho de preparação da disponibilização de ajuda para um horizonte de vários anos, e cujo valor tal só será determinado com base na avaliação que vai ser feita.
"O país precisa de facto de um auxílio que não é um auxílio só de meia dúzia de meses, é por um período mais alargado", disse Fernando Teixeira dos Santos, acrescentando que o país também "precisa de um programa com um horizonte mais alargado".
Para o responsável pelas Finanças portuguesas, "com certeza que as forças políticas terão de ser envolvidas, porque mais do que um compromisso do Governo o que é essencial é um compromisso do país".
A situação económica portuguesa é o tema principal da reunião esta manhã em Budapeste dos ministros das Finanças da Zona Euro, com Teixeira dos Santos a ser o centro de todas as atenções.
O responsável governamental português deverá explicar aos restantes ministros as razões que levaram Portugal a fazer o pedido de ajuda e também dar algumas pistas sobre as modalidades do apoio que Lisboa pretende obter, segundo fontes comunitárias.
Por seu lado, os ministros das Finanças da Zona Euro irão reiterar a solidariedade e a vontade de apoiar Portugal já manifestada nos últimos dias.
Os responsáveis das Finanças da Zona Euro também deverão dar o seu aval ao início do processo que irá levar à aprovação do empréstimo europeu para ajudar o país a resolver os seus problemas de dívida pública.
Uma missão de técnicos da Comissão Europeia, Banco Central Europeu (BCE) e Fundo Monetário Internacional (FMI) deverá desloca-se a Lisboa nos próximos dias para negociar o programa de ajustamento económico com que o país se vai comprometer para receber a assistência financeira pretendida.
A situação orçamental noutros países europeus também será abordada, principalmente a da Grécia e Irlanda, países que já pediram ajuda para financiar a dívida pública.
O encontro é em seguida alargado aos responsáveis pelas Finanças da União Europeia (UE) que se irão reunir informalmente até sábado à hora do almoço.