
A deputada do PSD Teresa Leal Coelho admitiu ter ficado "desiludida" e "desanimada" com alguns parlamentares que mudaram a votação sobre a coadoção entre a votação na generalidade, em maio passado, e na especialidade, que chumbou o diploma.
"Houve deputados na minha bancada que votaram em sentido diverso daquela que foi a votação que tiveram na votação em generalidade. Os motivos por que alteraram a sua posição, terá de perguntar-lhes a eles, eu não sei quais foram", declarou a deputada do PSD.
Questionada pelos jornalistas sobre se ficou surpreendida com tais mudanças no sentido de voto, respondeu: "Surpreendeu-me e fiquei desiludida. Fiquei pelo menos desanimada. Isto porque como é do conhecimento de todos a eliminação desta restrição e a proteção das crianças em causa é na minha perspetiva urgente. Mas não é só na minha perspetiva: é na perspetiva da Unicef, do Instituto do Apoio à Criança, do Tribunal Europeu dos Direitos Humanos", elencou.
Se "não tivesse havido alteração do sentido de voto dos deputados na votação na generalidade para esta votação, o diploma teria passado", sublinhou ainda a deputada social-democrata, que votou favoravelmente o projeto do PS de coadoção de crianças por casais homossexuais.
O projeto foi chumbado na especialidade, com 112 votos contra, 4 abstenções e 107 votos a favor.
"Lamento que o tempo tenha feito alguns colegas da minha bancada como da bancada do CDS alterar a sua posição, quando se consultarem os estudos científicos e ouvirem as pessoas que têm competência para avaliar a relevância deste diploma verão que o sentido do voto deverá ser favorável à lei da coadoção", sublinhou Teresa Leal Coelho.
A parlamentar chamou ainda a atenção para o que deve ser o papel dos deputados, que não devem votar diplomas "apenas em razão daquilo que é a sensação que têm da perceção dos eleitores" mas sim dando atenção a estudos científicos sobre as matérias em causa.
