O antigo chefe de Estado-Maior da Armada, almirante Vieira Matias, lembrou, em declarações ao JN, que "todos os partidos concordaram com a aquisição dos submarinos", numa apreciação relativa à polémica que rodeia o negócio.
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Vieira Matias lembra que, aquando do processo de aquisição, falou com os partidos políticos com assento parlamentar e "todos - PS, PSD, CDS e PCP - concordaram com a manutenção das capacidades submarinas", ou seja com a aquisição dos navios. Daí que o ex-chefe da Armada não entenda como é que "agora alguém pode vir dizer que é preciso renunciar ao contrato".
Vieira Matias não quis apontar nomes, mas a indirecta estaria a ser dirigida a Ana Gomes. É que a eurodeputada do PS escreveu no blogue "Causa Nossa" um apelo ao cancelamento do contrato de aquisição dos submarinos, num artigo com o título "PEC - poupar afundando os submarinos". Ana Gomes exorta o a cancelar a aquisição dos dois submarinos encomendados ao German Submarine Consortium, ao mesmo tempo que deixa dúvidas sobre a atitude do PS no Parlamento relativamente à aquisição. Vieira Matias não acredita que o Governo renuncie ao contrato. "Isso teria custos incalculáveis para Portugal, quer em termos estratégicos, quer económicos, quer de prestígio", aponta. O antigo chefe de Estado-Maior lembra que o processo dos submarinos "passou por vários governos, por vários orçamentos, não foi uma decisão tomada com ligeireza, foi uma opção fundamentada".
Entretanto, o antigo ministro da Defesa no Governo de António Guterres, Veiga Simão, adiantou em entrevista à Renascença que o processo dos submarinos "foi assumida pelo Governo do professor Cavaco Silva na segunda Lei de Programação Militar" e "também pelos governos de António Guterres e de Durão Barroso".