O primeiro-ministro, Pedro Passos Coelho, considerou que uma união dos agentes políticos em torno do combate à dívida seria um bom tributo aos antigos governantes e dirigentes partidários Francisco Sá Carneiro e Adelino Amaro da Costa.
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O chefe do executivo PSD/CDS-PP assumiu esta posição num discurso durante uma sessão evocativa de Francisco Sá Carneiro, de Adelino Amaro da Costa e demais vítimas da queda do avião do antigo primeiro-ministro sobre o bairro de Camarate no dia 4 de dezembro de 1980.
"Seria um bom tributo à memória de Sá Carneiro e de Adelino Amaro da Costa que pudéssemos hoje, 33 anos depois da sua morte, ter a maturidade suficiente para sabermos pôr de lado aquilo que são as diferenças de opinião política para nos juntarmos em torno daquilo que nos deve unir para futuro, que é a necessidade de impedir que a dívida mais algum dia nos possa obrigar a perder tanto da nossa autonomia, a condicionar tanto a vida dos presentes e a limitar tanto a vida e as perspetivas de futuro daqueles que nos hão de seguir", afirmou Pedro Passos Coelho.
"Espero que essa lição possa também ser tirada nesta altura em que estamos a concluir este exercício", acrescentou o primeiro-ministro, referindo-se à conclusão do Programa de Assistência Económica e Financeira a Portugal, prevista para 2014.
Antes, Passos Coelho tinha defendido que este é um período em que as escolhas para o futuro devem ter em conta os acontecimentos do passado, lembrando anteriores situações de resgate financeiro nos anos 70 e 80: "Quando o acidente trágico de Camarate teve lugar, Portugal já tinha necessitado de recorrer uma vez ao Fundo Monetário Internacional para solver os seus compromissos externos e para poder manter acesso a mercados externos para abastecimento interno".
"Significa isto, portanto, que se queremos retirar boas lições do passado é bom que, à parte da controvérsia legítima e natural que os partidos políticos devam confrontar entre si, possamos todos em conjunto tirar lições dessa história para que essas situações não voltem a acontecer no futuro", defendeu.
Nesta sessão evocativa estiveram presentes, para além de membros da maioria PSD/CDS-PP, os deputados do PS Marcos Perestrello e Sérgio Sousa Pinto.