O antigo presidente da República Mário Soares reiterou esta sexta-feira a sua objeção a políticas de austeridade, questionando se os portugueses aguentarão os novos sacrifícios anunciados pelo Governo.
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"Vamos ver, vamos ver", disse o fundador do PS aos jornalistas, num comentário às novas medidas de austeridade hoje anunciadas pelo Governo, afirmando ainda que esta medida não irá resolver os problemas do país.
"Sempre fui contra a austeridade, desde o início", disse à entrada para o jantar de homenagem aos 90 anos de Adriano Moreira, ex-líder do CDS-PP, em Lisboa.
O primeiro-ministro anunciou hoje ao país que os pensionistas continuarão sem subsídios de natal e férias em 2013 e que os funcionários públicos continuarão com um dos subsídios suspenso e o outro será reposto de forma diluída nos 12 salários, apenas para ser retirado de novo através do aumento da contribuição para a Segurança Social de 11 para 18 por cento.
Os trabalhadores do setor privado perderão, na prática, um subsídio através do aumento da contribuição para a Segurança Social, que nas contas do Governo corresponde ao equivalente a um dos subsídios.
A declaração do primeiro-ministro em São Bento surge numa altura em que a quinta avaliação do Programa de Assistência Económica e Financeira (PAEF) pela troika se aproxima do fim, e como forma de contornar a decisão do Tribunal Constitucional em declarar inconstitucional para 2013 os cortes nos subsídios apenas para pensionistas e funcionários públicos.