Verdes consideram Orçamento prova da "conversa fiada" do Governo "sobre pós-troika"
O PEV considerou, esta terça-feira, que o Orçamento do Estado para 2015 é a prova "da conversa fiada" do Governo sobre uma mudança de políticas quando a "troika" se fosse embora e defendeu que o Executivo "está isolado".
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"A expetativa que o Governo foi alimentando, de que quando a troika fosse embora, a conversa seria outra, foi afinal e tão só, conversa fiada. O Governo ficou com as políticas", declarou o deputado do Partido Ecologista "Os Verdes", José Luís Ferreira, no encerramento da discussão do OE2015.
O deputado argumentou que "se dúvidas houvesse" sobre a credibilidade da "conversa do Governo" sobre "o momento de viragem", sobre "a "luz ao fundo do túnel" e sobre o "fim do protetorado", elas "ficaram desfeitas com o OE para 2015.
José Luís Ferreira destacou que o documento, que será hoje aprovado em votação final global, contempla "o maior aumento de impostos sobre o trabalho de que há memória" e acentua a "injustiça fiscal".
"Feitas as contas, em 2015 as famílias vão pagar mais 2 mil milhões de euros de impostos" do quem em 2014 e as grandes empresas "vão pagar menos cerca de 800 milhões de euros" ao Estado com a diminuição do IRC, disse.
O deputado defendeu ainda que "o Governo está isolado", não apenas na aprovação do Orçamento do Estado para 2015 mas também "nas suas previsões demasiado otimistas e que assentam num cenário macroeconómico muito pouco cauteloso".
O deputado lamentou que a maioria PSD/CDS-PP não tivesse aprovado propostas de alteração da bancada de "Os Verdes" para uma maior "eficiência ambiental", de "combate ao empobrecimento" ou para "uma fiscalidade com impacto ambiental".
Ao invés, criticou, os partidos da maioria queriam fazer aprovar, com o PS, "uma proposta para fazer regressar as subvenções vitalícias para os cargos políticos" que, considerou, "em boa hora acabou por ser retirada".