O ministro das Finanças afirmou ser inaceitável e insultuoso a referência de alguns deputados a que o próprio e o Governo estariam a servir interesses estrangeiros e pediu um debate "sem entrar na vulgaridade e baixeza política".
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"Confesso que não tinha a menor intenção de comentar esse aspeto, mas a repetição e insinuação de que o Governo e eu próprio estamos a defender uma estratégia ao serviço de interesses estrangeiros é inaceitável e insultuosa e julgo que é completamente inaceitável no funcionamento normal de uma comissão como a comissão de acompanhamento do programa de ajustamento e pedia aos senhores deputados para não vulgarizarem o nível de debate dessa maneira", afirmou.
Vítor Gaspar, que reagia a insinuações de alguns deputados da esquerda, garantiu que não existe qualquer submissão do Governo "a interesses que não sejam nacionais" e que o único interesse que o Governo serve é o "interesse público português", pedindo mais uma vez para que os deputados não vulgarizassem o debate.
"É possível discordar das opções do Governo sem entrar na vulgaridade e baixeza política e recomendaria que isso fosse feito dessa maneira", afirmou Vítor Gaspar durante a sua audição na comissão que acompanha as medidas do programa de ajustamento.
O socialista e ex-governante Vieira da Silva, que preside à comissão, interrompeu o ministro para dizer que na sua interpretação os deputados estariam apenas a "identificar as opções políticas que este Governo serve com as opções políticas desse Governo", no caso, o Governo alemão.
Vítor Gaspar disse então que com esta interpretação de Vieira da Silva, ficava inteiramente tranquilo sobre o tema.