"Gosto mesmo da escola e de fazer os trabalhos"

"Gosto mesmo da escola e de fazer os trabalhos de casa", conta o jovem, que passou para o 3.º ano com avaliação de "Muito Bom" a todas as disciplinas, esclarecendo que a mãe não precisa de o "mandar estudar" e que nem em período de férias descura os deveres.

Mas, não se pense que na cabeça de Luís só há espaço para os estudos. Embora seja ávido por "entender as coisas e saber mais", o premiado, tal como qualquer jovem, também adora jogar à bola com os colegas e até está em vias de ingressar numa equipa.

"Ele ainda não tem outras atividades para além da escola, mas este ano, como gosta muito de futebol, estou a pensar inscrevê-lo num clube, uma vez por semana", refere a mãe, Rute Santos, 28 anos, desempregada, que vive com Luís e com o filho mais velho (13 anos).

A frequentar um curso de hotelaria para completar o 9.º ano de escolaridade e com um rendimento mensal inferior a 200 euros (Rendimento Social de Inserção), esta mãe solteira viu na iniciativa do JN a oportunidade de satisfazer alguns desejos do mais pequeno, que de outra forma não conseguiria. "É muito complicado conseguir fazer face às despesas todas. Não lhes falta comida na mesa e o material escolar vou-lhes dando conforme vou podendo. Andam bem vestidos e arranjadinhos. Isso é o mais importante", atira Rute Santos, enaltecendo as qualidades de Luís: "Às vezes tem as suas traquinices e é um bocadinho rebelde. Mas, por norma, é uma criança muito sossegada, gosta de estar no seu canto. E é muito organizado e metódico. É ele que puxa pela cabeça e que tem o mérito todo".

Por isso mesmo, o jovem tem a liberdade para fazer o que quiser com o vale. "Quero uma PlayStation. Ainda não tenho nenhuma, às vezes jogo com o namorado da minha madrinha", finaliza Luís, fã de "programas de ciência, história e sobre animais".