O advogado do nacionalista Mário Machado considerou hoje que o julgamento relativo às acusações de ameaça e coação à procuradora Cândida Vilar não faz sentido e representa um ataque à liberdade de expressão.
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O nacionalista Mário Machado está hoje no Tribunal Central de Instrução Criminal, juntamente com outro arguido, para responder pelas acusações de ameaça e coação, formuladas num texto publicado online.
" entrada do edifício, o advogado José Manuel Castro adiantou que o "processo é baseado num texto que foi alvo de um desmentido, logo no dia a seguir", razão pela qual espera que o arguido seja absolvido.
"O meu cliente, nesse texto, até cita Ramalho Ortigão e a Amnistia Internacional. Por isso, espero que o Mário Machado seja absolvido", frisou o causídico aos jornalistas.
José Manuel de Castro considera que "o julgamento não faz sentido" e defende ainda que há "um ataque à liberdade de expressão".
"Acho difícil de compreender como se pretende que uma pessoa sem qualquer tipo de poder, como o Mário Machado, pretenda coagir a magistratura", afirmou o advogado.
O nacionalista Mário Machado é acusado da autoria de um texto publicado no Fórum Nacional, enquanto sob o segundo arguido, Bruno, pende a acusação de ter sido o responsável pela sua colocação na Internet.
Nesse texto, o nacionalista apelava aos "companheiros" nacionalistas que "não esquecessem" o nome de Cândida Vilar, a procuradora que, num outro processo, propôs que Mário Machado fosse sujeito a prisão preventiva.
Cândida Vilar conduziu a investigação que culminou num julgamento, no qual Mário Machado e outros 35 "skinheads" conotados com a extrema-direita responderam às acusações de discriminação racial. Na sequência desse processo, o nacionalista foi condenado a quatro anos e 10 meses de prisão efectiva, decisão de que recorreu.
Além do crime de discriminação racial, Mário Machado foi ainda condenado pelos crimes de coação agravada, detenção de arma ilegal, ameaça, dano e ofensa à integridade física qualificada.