O café Bossa Nova, a dois ou três minutos do Comando Distrital da PSP de Coimbra, foi assaltado duas vezes, nas duas últimas madrugadas.
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Na de quinta-feira, os assaltantes roubaram os cerca de 130 euros que estavam pendurados numa árvore de Natal, mas o alarme soou e eles fugiram sem conseguirem levar uma máquina de tabaco do café . Na madrugada dsta sexta-feira, igualmente por volta das 4.00 horas, voltaram ao local do crime e já conseguiram levar a máquina.
"Isto é vergonhoso. É preciso ter lata, assaltaram-me dois dias seguidos!", queixa-se ao JN o proprietário do café Bossa Nova, Américo Figueiredo, impressionado com o sentimento de impunidade revelado pelos assaltantes.
Contabilizando um prejuízo de "sete a oito mil euros", o empresário mostra-se muito descontente, também, com a alegada ineficácia da polícia, perante um grupo que andará a fazer assaltos em Coimbra desde quarta-feira, pelo menos, com recurso a uma carrinha Toyota que terá sido furtada no Bairro Norton de Matos, na mesma cidade.
Américo Figueiredo mora num andar superior ao café, situado em São Sebastião, na zona dos Olivais. Acordado pelo alarme, ainda viu e registou a matrícula daquela Toyota, em fuga. As imagens de videovigilância mostram o resto. É quebrada a porta principal do café, em vidro grosso, dois indivíduos do sexo masculino dirigem-se imediatamente a uma das duas máquinas de tabaco, enquanto um terceiro, que parece ser mulher, corre logo em direcção a uma árvore de Natal, onde os clientes haviam colocado já cerca de 130 euros em notas. O local do crime teria sido estudado previamente.
Mas, 20 segundos depois de ser partida a porta, o alarme soou e os assaltantes fugiram, sem conseguirem levar dali a pesada máquina do tabaco - que custou cinco mil euros e leva dois mil euros em cigarros por semana.
Na quinta-feira, o empresário fez queixa à PSP e substituiu a porta de vidro, que custa cerca de 700 euros. O filho tratou de reconverter as imagens da videoviligância para formatos mais comuns e deixou as câmaras desligadas. Nada os faria pensar que o café seria assaltado na noite de seguinte. Mas foi. E uma vizinha da frente, que voltou a acordar com o ruído, confirmou que foi usada a mesma carrinha da noite anterior. Desta vez, viu três indivíduos, que lhe pareceram todos homens, a carregar a máquina para a mala da carrinha, estacionada com a traseira virada para a fachada do edifício. Face ao comprimento da máquina de tabaco, a carrinha abalou dali com a porta de trás aberta, contou ao JN.
O proprietário do Bossa Nova está convencido de que está em causa o mesmo grupo de assaltantes que fez outros assaltos, em Coimbra, nos últimos dias. "Na madrugada de terça foram assaltados quatro, quinta foram cinco, hoje (sexta-feira) ainda não sei quantos foram", afirma o empresário.
"Não houve nada de especial, nada de muito relevo", começou por informar o serviço de relações públicas da PSP de Coimbra, quando solicitado pelo JN a prestar informações sobre as ocorrências registadas. Já nos dois dias anteriores, o mesmo serviço incorrera no mesmo tipo de desvalorização do problema, abstendo-se de prestar informações sobre assaltos que causam intranquilidade, sobretudo, junto dos empresários do sector.
Perante a insistência do JN, a agente de serviço, Fernanda Rodrigues, acabou por confirmar os dois casos do café Bossa Nova, mas acrescentou apenas os assaltos ao café Tetris e ao restaurante Luís dos Leitões, na quarta-feira, bem como a uma residência em Chão do Bispo. Admite que nalguns casos não tenha havido queixa e, quanto a outras ocorrências da última madrugada, diz que só amanhã a PSP poderá ser presta essa informação.