<p>Hugo Godinho, sobrinho do empresário Manuel José Godinho, tem que pagar uma caução de 50 mil euros para aguardar em liberdade o desenrolar do processo "Face Oculta". Carlos de Vasconcellos, da Refer, foi suspenso.</p>
Corpo do artigo
A caução de 50 mil euros a que Hugo Manuel de Sá Godinho, sobrinho do empresário Manuel José Godinho está obrigado a pagar no prazo de dez dias é a mais dura fiança que o juiz de instrução criminal da comarca do Baixo Vouga, António Costa Gomes decretou até ao momento aos arguidos do caso "Face Oculta".
Hugo Godinho, que é apontado pela investigação, como um dos arguidos que terá integrado o núcleo que desde a primeira conheceu os planos do seu tio e a eles aderiu, foi um dos dois arguidos que se deslocou ontem às instalações do Departamento de Investigação e Acção Penal (D IAP) de Aveiro e optou por não prestar declarações, segundo soube o JN. Está indiciado num crime de associação criminosa, quatro crimes de furto qualificado e dois de burla qualificada, para além de dois crimes de corrupção activa, um dos quais no sector privado.
Para além da caução, está obrigado a apresentar-se duas vezes por semana no posto policial da sua área de residência e proibido de contactar os restantes arguidos, mesmo que por interposta pessoa, e de se ausentar do país sem autorização do tribunal.
O seu defensor, Artur Marques - que também defendeu a ex-autarca socialista Fátima Felgueiras - não quis comentar aos jornalistas se vai ou não recorrer da decisão judicial, afirmando-se particularmente "cuidadoso neste caso excepcional", não só para não propiciar mais do "espectáculo" em que o caso "está rodeado", mas também para não dar "qualquer incentivo à violação do segredo de justiça".
O juiz de instrução criminal decidiu ainda ontem suspender do exercício da profissão na Refer, o quadro daquela empresa de infra-estruturas ferroviárias, Carlos Porral Paes de Vasconcellos.
Carlos Vasconcellos, foi o terceiro quadro da Refer implicado no caso "Face Oculta" a ser presente ao DIAP, tendo-se remetido também ao silêncio, segundo soube o JN.
O despacho judicial considera que Vasconcellos está "fortemente" indiciado na prática de um crime de corrupção passiva. Além da suspensão de funções, Vasconcellos está proibido de sair do país e de não contactar com os restantes arguidos, tal como aconteceu com os seus colegas, José Valentim e Manuel Guiomar ouvidos anteriormente.
O advogado João Folque, não quis comentar a decisão judicial aos jornalistas e criticou a "diarreia comunicacional" e as violações do segredo de justiça, que afirma, têm ocorrido.