<p>"É tudo mentira o que está escrito". Foi assim que Mauro Santos - um dos principais arguidos do processo Noite Branca, apontado como braço direito de Bruno "Pidá" - reagiu, ontem, segunda-feira, à acusação de tráfico de droga pela qual está a ser julgado.</p>
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Em causa está a apreensão de cerca de dois quilos de cocaína e de um quilo de heroína na operação da Polícia Judiciária, em 16 de Dezembro de 2007, relacionada com homicídios na noite do Porto e na qual foi desmantelado o grupo da Ribeira, alegadamente liderado por Bruno "Pidá".
O estupefaciente foi encontrado no interior de um carrinho de compras, no vão-de-escada de um prédio, na Rua dos Mercadores, onde Mauro residia com outros dois arguidos (Fernando "Beckham" e Paulo Aleixo), em diferentes andares.
Ontem, na segunda sessão do julgamento, que também senta no banco dos réus o madeirense Paulo Camacho (acusado de ser o fornecedor), Mauro Santos rejeitou qualquer ligação ao produto. O jovem, de 21 anos, alegou que na, altura dos factos, já nem morava no edifício em causa, mas sim na casa da namorada, para onde estava mesmo a preparar as mudanças. "Só estava à procura de uma garagem para guardar as minhas coisas", afirmou. Questionado sobre o trólei de compras que continha a droga, garantiu "nunca o ter visto".
Relativamente aos restantes acusados, disse conhecer "Beckham", mas por este tê-lo ajudado na noite em que foi alvejado com oito tiros numa rixa junto a uma discoteca, e que sabia quem era Paulo Aleixo por "cruzar-se com ele" no prédio.
Também ouvidos ontem foram vários inspectores da Polícia Judiciária envolvidos nas buscas. Um deles realçou que o próprio "Beckham" (que se manteve em silêncio) e a companheira "assumiram", no dia da operação, que o carrinho de compras lhes pertencia, mas negaram, contudo, ligação à heroína e cocaína. Além da droga, foi também relatada a apreensão de 20 mil euros, encontrados num cofre, na habitação da companheira daquele arguido.
Hoje, Mauro, "Beckham" e Aleixo continuam a ser julgados, juntamente com "Pidá" e mais cinco arguidos, no processo da morte a tiro do segurança Ilídio Correia, ocorrida em 29 de Novembro de 2007, e outros crimes associados.