A PSP deteve, esta segunda-feira de manhã, na estação de comboios de Alhandra, dois homens por coacção, desobediência e agressão a agentes da autoridade durante uma manifestação espontânea contra o aumento do custo dos transportes.
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O Comando Metropolitano de Lisboa da PSP adianta, em comunicado, que as detenções ocorreram cerca das 08.30 horas durante uma manifestação espontânea de 15 pessoas que tentaram cortar a linha férrea na estação de Alhandra.
Durante a operação de identificação e retirada dos manifestantes da linha férrea, os agentes foram rodeados por um grupo de seis pessoas, tendo um dos polícias sido agredido na altura.
"No decorrer da acção policial para cessar a conduta, e como os polícias estavam em inferioridade numérica, o outro agente policial, depois de advertir verbalmente os intervenientes de que iria disparar, efectuou um disparo para o ar, tendo cessado de imediato a agressão, sendo detido o agressor", refere a PSP.
De acordo com a versão policial, ao encaminharem o agressor para a viatura policial, um outro homem tentou impedir a acção, acabando também detido, diz a PSP, acrescentando que, após a chegada de reforço policial ao local, "foi possível desobstruir a linha" e permitir a circulação dos comboios, embora com 20 minutos de atraso.
O Comando Metropolitano dá ainda conta de duas outras manifestações contra o aumento do preço dos transportes, no Cais do Sodré e no Monte Estoril, que foram desmobilizadas sem quaisquer incidentes.
Os dois detidos foram ouvidos à tarde no Tribunal de Vila Franca de Xira em primeiro interrogatório judicial para aplicação de medidas de coacção e o gabinete de vereadores da CDU na câmara local apelou "a todos os que possam" para se concentrarem à porta do tribunal "em solidariedade" com os detidos.
Entretanto, o Sindicato Nacional dos Trabalhadores do Sector Ferroviário manifestou já o seu apoio às manifestações contra o "brutal aumento dos transportes", argumentando que "aquilo que não é bom para os utentes, também não é bom para os ferroviários".
Fonte policial disse à agência Lusa que os dois detidos começaram a ser ouvidos às 14.00 horas e saíram às 15.00 horas, sendo o caso remetido para inquérito. Não houve tumultos à porta do Tribunal de Vila Franca de Xira nem foi necessário reforço policial.