Editora do livro de Gonçalo Amaral ainda não foi notificada de proibição de venda
"Guerra e Paz" diz que só depois da notificação chegar é que decide se suspende venda da obra.
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A "Guerra e Paz", editora do livro do ex-inpector da PJ Gonçalo Amaral sobre o desaparecimento de Madeleine McCann, ainda não foi notificada da decisão judicial que proíbe a venda da obra, pelo que continuará a comercializá-la.
"Não fomos notificados. Soubemos da providência caurtelar pela comunicação social. Até sermos notificados, continuaremos a vender o livro. Quando formos notificados logo veremos", disse à Agência Lusa fonte do gabinete de Relações Públicas da "Guerra e Paz".
O Tribunal Cível de Lisboa proibiu a venda do livro "A Verdade da Mentira" sobre o desaparecimento de Madeleine McCann, da autoria do ex-inspector da Polícia Judiciária (PJ) Gonçalo Amaral, e ordenou a retirada dos exemplares disponíveis no mercado.
A decisão do tribunal, a que a Agência Lusa teve hoje acesso, é resultado de um procedimento cautelar instaurado contra o ex-inspector e as editoras para impedir a continuação da divulgação do livro e do vídeo nele baseado, assim como das teses neles difundidas que apontam para um envolvimento dos pais no desparecimento da criança.
O tribunal decidiu, embora provisoriamente uma vez que se trata de um procedimento cautelar, a proibição de as editoras venderem os livros e vídeos "que ainda restarem nas bancas ou noutros depósitos ou armazéns e a obrigação de recolherem e entregarem a uma depositária" esses exemplares.
Segundo a advogada da família McCann neste processo, Isabel Duarte, as editoras visadas na decisão judicial são a Guerra e Paz, Editores, SA e VC-Valentim de Carvalho Filmes, Audiovisuais (esta última responsável pela divulgação do vídeo pela TVI).
A acção foi interposta por Kate e Gerry McCann em conjunto com os três filhos, Madeleine, Sean e Amelie, que são representados pela advogada Isabel Duarte.
A menina inglesa Madeleine McCann desapareceu em 03 de Maio de 2007, quando tinha três anos de idade, do quarto de um apartamento num aldeamento turístico na Praia da Luz, concelho de Lagos, Algarve, onde se encontrava a passar férias com os pais e os dois irmãos.
Gonçalo Amaral, autor do livro publicado em 2008, alega que a criança morreu no apartamento onde a família estava instalada, lançando a suspeita de que os pais terão participado na ocultação do cadáver.
Os pais foram constituídos arguidos em Setembro de 2007 mas ilibados em Julho de 2008 por falta de provas.
A família manteve desde o início a posição de que Madeleine foi raptada, mas até hoje as autoridades não conseguiram saber o que realmente aconteceu, tendo o Ministério Público arquivado o caso, que pode ser reaberto se surgirem novos dados sobre o desaparecimento de Madeleine.