Ex-director na Universidade Independente garante que Lima de Carvalho nunca foi aluno de Direito
O ex-director dos serviços administrativos da Universidade Independente garantiu, esta sexta-feira, em tribunal, que Amadeu Lima de Carvalho nunca constou como aluno da licenciatura de Direito, apesar de o arguido apresentar vários certificados da sua formação académica.
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Na sessão desta sexta-feira do julgamento do caso UNI, António Gonçalo, que exerceu as funções de chefe dos serviços administrativos, garantiu que "nunca viu Amadeu Lima de Carvalho a frequentar aulas" e que "não tinha conhecimento de que tenha tirado curso nenhum, nem leccionado na faculdade de Direito".
"No nosso sistema informático nunca tivemos Amadeu Lima de Carvalho como aluno de Direito", garantiu a testemunha, admitindo, porém, que o ex-reitor e também arguido Luís Arouca o questionou sobre o assunto "pouco tempo antes de o caso ser entregue à PJ".
Confrontado com vários certificados da licenciatura em Direito de Lima de Carvalho, datados de 1996 e 1998, António Gonçalo garantiu que não rubricou nenhum, algo que fazia parte das suas funções enquanto chefe da secretaria.
A testemunha adiantou que o próprio Luís Arouca lhe disse que a assinatura no certificado de licenciatura de Lima de Carvalho também não era do ex-reitor.
Nos autos constam cópias de vários certificados de Amadeu Lima de Carvalho, que se auto proclama o maior accionista da empresa SIDES, de uma licenciatura em Direito tirada em 1996, outra em 1998, um mestrado em Recursos Humanos em 2004, a atribuição do grau de mestre em Direito em 2004 e ainda o extrato de uma acta do Conselho científico na qual consta que este é nomeado professor da faculdade de Direito da UNI, assinada pelo docente Nuno Miguel Gomes.
Os principais arguidos do caso UNI, o ex-reitor Luís Arouca, o antigo vice-reitor Rui Verde e Amadeu Lima de Carvalho estão acusados de associação criminosa, abuso de confiança, fraude fiscal, burla, corrupção e falsificação de documentos.
A crise na UNI começou com suspeitas de irregularidades no funcionamento da instituição, tendo-se verificado em Fevereiro de 2007 sucessivas reviravoltas no controlo da instituição e da empresa que a detinha, a SIDES, disputadas por duas facções em litígio.
A instituição foi encerrada compulsivamente a 31 de Outubro de 2007, por decisão do ministro do Ensino Superior, Mariano Gago.
