Os carros de dois familiares de uma testemunha de acusação no caso "Noite Branca" foram alvo de incêndios suspeitos. Hugo Oliveira era um dos amigos de Ilídio Correia e estava com ele e os irmãos na noite em que o segurança foi abatido.
Corpo do artigo
Os fogos ocorreram durante a madrugada de ontem, em frente à habitação da família, em Oliveira do Douro, Gaia. Hugo Oliveira, de 26 anos - amigo dos irmãos Correia e arrolado como testemunha para o julgamento - estava a passar férias no Algarve com os pais e só soube ontem de manhã que os carros da mãe (um Audi A3) e do irmão (um Volkswagen Polo) tinham ficado calcinados.
Abordado pelo JN, o jovem revelou cautela quando questionado se associava o incidente ao facto de vir a ser chamado para depôr em tribunal. "Não sei se tem a ver com isso. Não vou dizer nada sem ter certeza", limitou-se a afirmar, realçando que até nem costumava andar nos veículos incendiados.
Hugo é referido na acusação do processo como estando ligado ao designado grupo de Miragaia. Em algumas situações, quando acompanhava os irmãos Correia, foi mesmo um dos alvos de disparos atribuídos a "Pidá" e outros arguidos. Nunca foi atingido. Na noite fatal para Ilídio, na Rua de Miragaia, integrava um grupo de cinco pessoas que assistiram ao tiroteio.
Mário Oliveira, pai de Hugo, garantiu que, inicialmente, nem lhe passou pela cabeça que os fogos tenham tido alguma relação com a situação do filho. "Eu não fiz mal a ninguém, nem devo nada a ninguém. Não sei se foi alguma seita, mas quem fez isto tem de pagar", desabafou Mário Oliveira, que se viu forçado a interromper as férias no Algarve, onde estava previsto ficar com a família mais uma semana.
O incêndio foi detectado cerca das duas horas da madrugada por um irmão de Hugo, que estava em casa e foi alertado por "estouros". Com a ajuda de um vizinho, conseguiu extinguir as chamas. Na vizinhança comentava-se apenas que teria sido vista uma viatura suspeita a abandonar o local.