Keli Oliveira, que está a ser procurada pelo homicídio dos dois filhos, em Perces, Alenquer, já tinha entrado em confronto físico com o marido, obrigando, inclusive, à intervenção da GNR.
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O caso tinha ocorrido no ano passado, no primeiro aniversário do menino mais velho, Henrique, lembrou a mãe de Cláudio, Nazaré. Na altura, o casal, ainda apenas com um filho, vivia num apartamento em Castanheira do Ribatejo.
"A mesa estava posta, com um bolinho, mas o Claúdio e a Keli começaram a zangar-se quando ela disse que ia para o Brasil", recordou Nazaré, que estava presente na festa do neto. "Começaram aos empurrões e ela atirou o telemóvel ao Cláudio, mas ele desviou-se e o telemóvel atingiu o menino na cara", conta.
As agressões agravaram-se e Nazaré saiu a correr de casa, com Henrique, dirigindo-se ao posto local da GNR. Quando voltou foi já com uma patrulha, que separou o casal desavindo.
Pouco depois, Cláudio saiu de casa e foi com o menino para casa da mãe, mas dias depois voltaram a juntar-se, ficando duas semanas em casa de Nazaré, em Preces, após o que foram viver para a casa onde na quarta-feira ocorreu o crime.
António Fernandes, de 77 anos, cedeu-lhes a casa, "sem pagarem nada. Pagar para quê? Eu sou amigo da mãe e dele e eu sabia que eles tinham tantas dificuldades". Terá sido nessa altura que Keli começou a mostrar mais sinais de desestabilização emocional.
"A Nazaré disse-me a chorar que a Keli estava mal da cabeça", contou. O problema parece ter estado numa depressão pós-parto, logo após o nascimento de Henrique, que veio gradualmente a agravar-se. A doença poderá não ser alheia ao crime e as suas circunstâncias consideradas tresloucadas.