Advogado de Gonçalo Amaral está de quarentena e já notificou tribunal. McCann chegaram ontem a Portugal.
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O advogado de Gonçalo Amaral está de quarentena em casa, depois de saber que uma funcionária do seu escritório tem gripe A. António Cabrita pediu o adiamento do julgamento do livro "A verdade da mentira".
A primeira sessão do procedimento cautelar contra o livro escrito pelo ex-coordenador da Polícia Judiciária, está marcado para as 9.30 horas de hoje, na 7ª Vara do Tribunal Cível de Lisboa, no Palácio da Justiça. O impedimento do advogado de Gonçalo Amaral pode ditar o adiamento do início do julgamento, que pode vir a ocorrer no próximo dia 21.
O estado de quarentena de António Cabrita foi conhecido ao final da tarde de ontem, numa ocasião em que Kate e Gerry McCann já se encontravam no avião rumo a Lisboa. O casal, que chegou ao aeroporto da Portela pouco depois das 23 horas, desconhecia ainda o possível adiamento da sessão.
A confirmação apenas será dada hoje pela juíza que julgará o caso. Caberá à magistrada a decisão de adiar ou não o início da audiência e marcar nova data. De qualquer forma, as sete testemunhas arroladas por Gonçalo Amaral e convocadas para a sessão de hoje terão de comparecer no Palácio da Justiça. O procurador da República de Portimão, Magalhães e Menezes, que assina o despacho de arquivamento da investigação ao desaparecimento de Madeleine, Luís Neves, director da Unidade Nacional contra o Terrorismo que ajudou na coordenação das investigações, e Guilhermino da Encarnação, ex-director da PJ de Faro, são algumas das testemunhas de Amaral.
O procedimento cautelar envolve ainda a editora Guerra e Paz, que editou o livro "A verdade da Mentira", uma empresa de audiovisuais que produziu um vídeo e um canal de televisão que transmitiu um documentário.
O julgamento tem por base o procedimento cautelar interposto em Maio pelo casal McCann em nome dos três filhos, Sean, Amelie e Madeleine, visando retirar do mercado o livro de Gonçalo Amaral e o documentário baseado na mesma obra. Bem como cessar a comercialização dos direitos de autor para o estrangeiro, através da editora Guerra e Paz e ainda proibir o ex-polícia de continuar a falar publicamente sobre a sua tese do caso.
"Vim para o julgamento de amanhã. Estamos aqui para assegurar que a liberdade de expressão, não permite distorcer a verdade. E [Gonçalo Amaral] distorceu a verdade. Não estamos aqui por causa dele. A lei vai produzir justiça", disse Gerry McCann à chegada ao aeroporto de Lisboa.