Um homem foi sujeito durante seis anos a sequestro e sujeito a trabalho escravo, em Portugal e no estrangeiro, por um casal de feirantes agora detido pela Polícia Judiciária.
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A vítima, actualmente com 46 anos, foi aliciada para uma relação laboral que presumia ser normal, mas acabou por ser submetida "a um regime de verdadeira exploração pessoal e patrimonial, que durou até ao momento da sua fuga", ocorrida em finais de maio do corrente ano, explicou a Diretoria do Norte da PJ.
A PJ referiu que a vítima padecia, já na altura em que foi aliciada, de "evidente fragilidade cognitiva e psicológica".
Durante todo o período em que permaneceu privado de liberdade, o homem foi desapossado do respectivo bilhete de identidade.
Também lhe subtraíram documentos que permitiam receber o montante enviado à vítima pela Segurança social portuguesa a título de Rendimento de Inserção Social.
O homem era ainda submetido, "muito frequentemente", a maus-tratos físicos e tinha de pernoitar na cabina dos vários veículos utilizados pelos detidos nas suas deslocações para as feiras e festas populares, sem quaisquer cuidados de saúde e de higiene diária.
"Era mesmo obrigada a mendigar os poucos alimentos que ingeria", explica o comunicado.
Os detidos, com as idades de 30 e 31 anos, vão ser presentes a primeiro interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação tidas por adequadas.