O ex-bancário de Beja preso por ter assassinado à catanada a mulher, a neta e a filha e mantido os corpos em casa durante uma semana foi transferido esta quinta-feira para uma prisão de Lisboa por razões de segurança e de saúde. As autoridades temiam vinganças.
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A mudança do Estabelecimento Prisional de Beja (onde Francisco Esperança, 59 anos, já cumprira uma pena de prisão por um desfalque no banco onde trabalhava) para o de Lisboa aconteceu cerca das 19 horas. Francisco estava numa cela com outros presos e sem medidas especiais de protecção. A revolta existente na cidade contra o autor confesso dos crimes fez as autoridades temerem uma tentativa de linchamento pelos outros reclusos, sobretudo depois de surgirem rumores de que o crime poderia ter motivações sexuais e de um suposto envolvimento íntimo entre Francisco e a filha, Cátia, 28 anos, uma das vítimas. Mariana, de quatro anos, filha de Cátia, e a mãe desta, Benvinda, 50 anos, são as duas outras vítimas.
As três foram assassinadas à catanada por Francisco, na casa da família, na Rua de Moçambique, em Beja, cerca de uma semana antes de os corpos serem descobertos, na passada segunda-feira, pela Polícia. Francisco Esperança barricou-se na casa e só se entregou à PSP ao fim de três horas. A mulher mais velha foi encontrada num quarto e a menina e a mãe noutro, abraçadas.
O próprio ex-bancário, que sofrerá de um cancro em fase terminal, disse às autoridades que foram as dívidas aos bancos e a certeza de que os seus bens, incluindo a casa, iriam ser penhorados que o levaram a chacinar a família, para a poupar ao sofrimento e à vergonha. Dias antes, Francisco retirou todo o dinheiro das contas bancárias e quando foi preso tinha em seu poder um maço de notas.
Identidade do pai no infantário
Apesar de entre as pessoas das relações da família Esperança a gravidez de Cátia estar envolta em mistério e ser assunto tabú, o JN apurou que, pelo menos no infantário que a criança frequenta, em Beja, existirá a identificação do seu progenitor.