<p>O ex-futebolista João Pinto foi de novo interrogado, anteontem, segunda-feira, sobre o suposto desvio de verbas da sua transferência, em 2000, do Benfica para o Sporting. Terá sido uma das últimas diligências do inquérito, que estará concluído no próximo mês de Junho. </p>
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João Vieira Pinto é arguido, tal como o empresário José Veiga, e foi interrogado na Polícia Judiciária de Coimbra - cidade do seu advogado, Castanheira Neves -, apesar de a direcção do inquérito e da diligência caber ao Departamento de Investigação e Acção Penal (DIAP) de Lisboa. No interrogatório, em que participou um elemento da Unidade Nacional de Combate à Corrupção, da PJ, João Pinto terá sido confrontado com novas informações bancárias do processo.
Estas informações foram fornecidas pelas autoridades do Reino Unido e do Luxemburgo, em respostas a cartas rogatórias remetidas pelo DIAP. A primeira tem quatro anos, mas as respostas a essa e a outras subsequentes foram suscitando mais dúvidas e pedidos de informação, mediados pela Eurojust. O vaivém só cessou em finais de 2009 e, de momento, o DIAP e a PJ questionam arguidos e testemunhas sobre os movimentos bancários sinalizados no estrangeiro.
"A investigação encontra-se numa fase final, a encerrar previsivelmente até Junho de 2010", respondeu o DIAP ao pedido esclarecimentos solicitado à titular do inquérito, Ana Margarida Santos, que tanto pode proferir despacho de arquivamento como de acusação. A demora do inquérito, aberto em 2005, foi justificada pela "necessidade de recorrer a cooperação judiciária internacional, de modo sucessivo, a qual se revelou adequada e satisfatória".
Apurar destino de vebas
O objectivo do processo é apurar o destino final de verbas, superiores a três milhões de euros, pagas pelo Sporting. No Verão de 2000, foi noticiado que a transferência de João Pinto do Benfica tivera custo zero. Mas, depois, viria a público que, afinal, o jogador custara 10 milhões de euros aos "Leões" e José Veiga teria recebido 3,292 milhões.
Em 2006, José Veiga teve buscas em casa e chegou a ser detido. Já João Pinto, na segunda audição pelas autoridades, em 2007, terá contrariado um depoimento anterior, assumindo ter sido o destinatário de depósitos bancários. Pela contradição, foi constituído arguido e indiciado por falsas declarações e fraude fiscal. Será também de crimes fiscais que está indiciado José Veiga.