<p>A ex-namorada de Pinto da Costa e Leonor Pinhão têm diferentes versões sobre quem escreveu o livro "Eu, Carolina". A jornalista reconheceu, ontem, sexta-feira, ter "dactilografado" a parte referente aos processos do Apito Dourado. </p>
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Carolina Salgado afirmou, numa sessão anterior do julgamento nas Varas Criminais do Porto, que o livro foi integralmente escrito pela sua então amiga e professora Maria Fernanda Freitas de Sousa e que aquela jornalista e conhecida adepta do Benfica apenas tinha apoiado quanto à revisão e umas "datas" na parte do futebol. Procurou desmentir, assim, a insinuação de que teria sido Pinhão a escrever a parte mais agressiva para Pinto da Costa e amigos.
Só que, ontem, a jornalista afirmou, afinal, ter tido uma participação activa na elaboração da obra. Foi quando o livro já tinha mais de 90 páginas. "Durante três dias, num hotel, dactilografei o que me disseram a Carolina e a Fernanda Sousa. Eram íntimas", disse, mostrando-se irritada quando um dos advogados lhe referiu a palavra "redigiu". "Não seja habilidoso com as palavras!", respondeu, sendo, de imediato, repreendida pelo juiz-presidente, Rafael Azevedo.
A jornalista, que colaborava com a Editora D. Quixote - e depôs com o auxílio de três agendas que possuía -, quis transmitir a ideia de não ser próxima de Carolina. Mas admitiu que à ex-companheira de Pinto da Costa forneceu dados sobre notícias do Apito Dourado que até então saíram na imprensa. Só sobre esses factos é que a editora aceitaria publicar algo, para evitar processos.
Sobre o facto de não ter assinado o livro, explicou que tal ficou a dever-se à insistência de Fernanda Sousa em figurar como autora, apesar de ter sido aconselhada a não aparecer publicamente. "Não teria problema algum...", declarou, em resposta à juíza Patrícia Guimarães, que classificou Pinhão como "face oculta" do livro, provocando risos entre os arguidos.
Além de contar uma história diferente da de Carolina, Leonor Pinhão contrariou também a versão de Fernanda Freitas Sousa. Esta testemunha frisou apenas ter escrito o livro até à "página 99" e que o resto, referente ao "Apito", foi redigido por alguém que não soube identificar. Sobre isto, Pinhão respondeu que Fernanda até deu acordo à versão final, tendo possuído um exemplar "em papel" com "correcções à mão", que entregou à Procuradoria. À saída do tribunal, Carolina e Leonor cruzaram-se com Pinto da Costa e este não resistiu a lançar um comentário, com um sorriso.
O julgamento prossegue a 8 de Janeiro.