<p>À mesma hora em que, em Vila Nova de Gaia, decorria o julgamento de Pinto da Costa e António Araújo, em Fafe, um outro apêndice do megaprocesso judicial Apito Dourado começava também a ser escrutinado pelo tribunal local.</p>
Corpo do artigo
José Luís Oliveira, ex-presidente do Gondomar Sport Clube, começou a ser julgado por um alegado crime de corrupção activa sobre o árbitro Licínio Santos, que dirigiu, a 21 de Setembro de 2003, o jogo do Campeonato Nacional da 2ª Divisão B, Zona Norte, entre a Associação Desportiva de Fafe e o Dragões Sandinenses, que terminou empatado a uma bola.
O processo teve origem em escutas de conversas telefónicas entre Oliveira e Licínio. Na ocasião, interessava ao Gondomar, supostamente, um deslize da equipa de Sandim, que era candidata à promoção tal como os gondomarenses.
Em troca do alegado favorecimento do seu clube, José Luís Oliveira prometia ao árbitro um "lanchezinho", da próxima vez que ele andasse para os lados de Gondomar. Ontem, no Tribunal de Fafe, José Luís Oliveira começou a ser ouvido e negou todas as acusações de que é alvo.
Durante a manhã foi ainda ouvido o observador de arbitragem que assistiu a esse encontro, em Setembro de 2003. A testemunha limitou-se a confirmar o que havia escrito no respectivo relatório de observação, no qual ilibou o árbitro de qualquer erro comprometedor ou suspeito.
A equipa de peritos em arbitragem nomeada para este processo, composta pelos ex-árbitros Vítor Pereira, Jorge Coroado e Adelino Antunes, esteve no tribunal mas viu adiada a sua audição para 25 de Março. Nesse dia será visualizado o desafio na sala de audiência para que os ex-árbitros possam dar opinião. As restantes testemunhas - directores de clubes, treinadores e ex-jogadores de futebol - serão ouvidas a 15 de Abril.