O pároco da Golegã, Azinhaga e Pombalinho suspeito de abuso sexual de duas crianças foi presente a tribunal, esta quarta-feira, para primeiro interrogatório judicial.
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O padre, de 46 anos, chegou ao Tribunal da Golegã, acompanhado por dois agentes da PJ, cerca das 14.30 horas, estando a ser ouvido pelo juiz de instrução criminal.
Em comunicado, intitulado "detenção por crimes contra a autodeterminação sexual", a PJ afirma, esta quarta-feira, que o Departamento de Investigação Criminal de Leiria deteve um homem "presumível autor de dois crimes de abuso sexual de crianças cometidos na forma agravada".
Há duas semanas, a Diocese de Santarém anunciou que iniciou um "processo canónico de averiguações a propósito de suspeitas" sobre o pároco, que se encontrava em parte incerta.
"É a preocupação pelo bem de todas as pessoas que preside a este processo", escreveu na altura o vigário geral na página da Diocese na Internet, assegurando estarem a ser "cumpridas todas as normas canónicas que dizem respeito a estes casos".
Notícias surgidas em alguns órgãos de comunicação social referiam "atos menos corretos" do pároco que terão envolvido jovens durante um acampamento de escuteiros.
"O sacerdote encontra-se dispensado de todos os seus encargos. Tal não implica um juízo sobre a sua pessoa, ou sobre os factos, mas favorece a averiguação da verdade", afirmava a nota da diocese.
Declarando-se "disponível para colaborar em tudo com as instâncias civis", a Diocese de Santarém afirmava estar "em contacto com os familiares [dos jovens] para dar todo o apoio necessário".
"A Diocese deseja manifestar que está próxima dos jovens e suas famílias e de toda a comunidade. Compreende e partilha a perplexidade e tristeza de todos. Está determinada a colaborar para criar um ambiente sereno e seguro para todos", acrescentava.
A Conferência Episcopal Portuguesa divulgou, em abril de 2012, um conjunto de diretrizes para o tratamento de eventuais casos de abuso sexual de menores ocorridos na Igreja, destacando a necessidade de colaboração com as autoridades civis.