Patrícia (nome fictício) estava a tremer por todos os lados, quandoesta quarta-feira chegou a casa, aflita, com a fala presa e ainda quase sem acreditar no que havia visto. Manuel Baltazar, "Palito", o alegado homicida de Trevões, apareceu-lhe à frente, em Vale de Vila, no concelho de S. João da Pesqueira.
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Terá pernoitado numa casa isolada, com vista para a aldeia e para a estrada, onde não vive ninguém. Só um cão, que ladrou toda a noite. Patrícia, que ia dar de comer ao animal, às 9.30 horas, abriu o portão, que faz barulho, e, logo a seguir, ficou imobilizada, com o balde da comida na mão. "Palito" estava a um passo, de caçadeira de canos serrados ao ombro, virada para o céu. Levou o dedo ao nariz, disse "chiuuu" e saiu dali em passo apressado, monte acima. Foi visto pouco depois, nos terrenos junto à casa, por outra pessoa.
O homem procurado há 21 dias, acusado de matar a tiro, em Valongo dos Azeites (a cerca de 25 km de Vale de Vila) a sogra e a tia da ex-mulher, e ferido a ex-mulher e a filha, apresenta-se agora com "a barba por desfazer, calças de ganga e t-shirt preta, de acordo com os relatos feitos às autoridades policiais. Deverá ter adormecido e acordado com o barulho do portão.
Patrícia saiu dali apressada , em direção a casa. A GNR foi chamada e, em menos de 15 minutos, dezenas de elementos policiais invadiram a aldeia, cercaram a casa, percorreram quilómetros e quilómetros pelo monte. "Palito" voltou a escapar. Tal como há menos de 15 dias, quando na estrada Trevões- Várzeas abordou o padeiro João Pessoa, a quem comprou pão e bolos.
O padeiro que o denunciou à GNR, e que ontem fez a volta por Vale de Vila, foi logo avisado de que o alegado homicida andava por ali. "Ele pode querer vingar-se", disse ao JN um morador que pede anonimato.
Um trabalhador da construção civil que ainda assistiu aos momentos antes dos disparos, em Valongo dos Azeites, vive em Vale de Vila e há quem acredite que "Palito" veio atrás dos dois [do trolha e do padeiro]", disse ao JN um morador. Quem conhece Baltazar está certo de que ele está a ser ajudado por amigos caçadores de fora do concelho.
Leonel Pinto, pai da proprietária da casa onde "Palito" terá pernoitado, tem o suspeito dos crimes como "bom homem " . Conhece-o há longos anos, conviveu com ele. "Se eu o visse, ajudava-o. Era capaz de lhe ir buscar um bocado de pão e presunto e não chamava a GNR. , argumentou ao JN.