<p>Considerado durante vários anos o autarca-modelo do PSD, Isaltino Morais sempre garantiu que preferia ser primeiro-ministro de Oeiras do que pertencer a um Governo. Mas em 2002 não resistiu ao convite de Durão Barroso para assumir a pasta do Ministério das Cidades, Ordenamento do Território e do Ambiente. Na altura, foi acusado de ter uma ambição desmedida de poder. </p>
Corpo do artigo
A sua incursão ministerial durou apenas um ano. Em Abril de 2003, na sequência de uma notícia do "Expresso", sobre a existência de uma conta bancária na Suíça que não constava da declaração entregue ao Tribunal Constitucional, acabou por demitir-se para não perturbar a "estabilidade" do Governo. Garantia ainda que não exerceria qualquer cargo público até que o processo fosse esclarecido. Promessa que não cumpriu.
Até 2005 andou afastado dos palcos públicos mas, com o aproximar das eleições autárquicas, perfila-se para reconquistar a presidência da Câmara de Oeiras.
Conseguiu o apoio da concelhia do PSD, mas o então presidente do partido, Marques Mendes, vetou a candidatura, apoiando Teresa Zambujo, que o substituiu na Câmara em 2002. Isaltino não gostou e desfiliou-se do PSD, ao qual tinha aderido em 1978, motivado pela figura de Sá Carneiro.
A sua entrada na vida política deu-se após a revolução de 1974. Durante a frequência do curso de Direito, na Universidade de Lisboa, junta-se à Juventude Social-Democrata. Antes, trabalhou no Instituto Nacional de Estatística, onde entrou depois de fazer referência à amizade do pai com Adriano Moreira. Começava uma vida muito diferente da de São Mamede, aldeia de Mirandela onde nasceu a 29 de Dezembro de 1949 e de onde partiu aos 19 anos.
Seguiram-se três anos de serviço militar em Angola. Uma vez concluída a licenciatura, opta pela magistratura. Durante a década de 80, foi magistrado do Ministério Público e consultor jurídico em várias instituições. Simultaneamente, trilha o caminho da ascenção política na secção de Algés do PSD até chegar à presidência da Câmara de Oeiras em 1985. Tinha 35 anos. Ao todo,
fez quatro mandatos.
Após a experiência mal sucedida no Governo, e a recusa de Marques Mendes em apoiá-lo, criou o grupo de cidadãos eleitores "Isaltino- Oeiras Mais à Frente", com o qual reconquistou a autarquia em 2005. Obteve 34,2% dos votos.