A PJ deteve, esta quarta-feira, dois dirigentes do Centro de Lisboa do Instituto da Segurança Social, um advogado e dois técnicos oficiais de contas por corrupção e falsificação de documentos num caso ligado à emissão de certidões sobre regularidade contributiva.
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Segundo a PJ, mediante contrapartidas financeiras, os funcionários do Centro Distrital de Lisboa do Instituto da Segurança Social (ISS) concediam a empresas tratamento de favor relativamente às respetivas contribuições para a segurança social e emitiam certidões que atestavam falsamente a regularidade contributiva.
A "Operação Areeiro" levou à realização de cerca de 70 buscas - domiciliárias e não domiciliárias - tendo sido apreendido diverso material relacionado com a prática da atividade criminosa em investigação.
Os detidos, com idades entre os 41 e 57 anos, serão submetidos a interrogatório judicial para aplicação das medidas de coação.
A investigação foi dirigida pelo Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) de Lisboa, coadjuvada pela Unidade Nacional de Combate à Corrupção (UNCC) da Polícia Judiciária.
Na passada semana, em entrevista à Renascença e ao "Público", a procuradora-geral da República tinha falado de "uma rede que utiliza o aparelho de Estado" para corrupção.
Apesar das falhas que têm sido apontadas a Portugal neste combate, Joana Marques Vidal defendeu que o Ministério Público está a fazer a sua parte contra estruturas que se aproveitam do aparelho de Estado e da administração pública para "atos ilícitos, muitos na área da corrupção".