A Procuradoria-Geral da República confirmou a "continuação de diligências" no âmbito do processo Monte Branco, tendo a agência Lusa apurado que estão a decorrer buscas na sede em Lisboa da holding Rioforte.
"Confirma-se a continuação de diligências no âmbito do processo Monte Branco", disse a PGR, escusando-se, para já, a adiantar mais pormenores, justificando que o inquérito está em segredo de justiça
Uma fonte ligada ao processo adiantou à agência Lusa que as buscas, pelas 17.45 horas, ainda estavam a decorrer no sexto andar do número 61 da avenida Álvares Cabral, em Lisboa, onde se situada a sede da empresa Rioforte em Portugal, sociedade de investimentos do Grupo Espírito Santo.
A informação das buscas foi avançada pela edição online do jornal I.
A investigação ao caso Monte Branco é dirigida pelo Departamento Central de Investigação e Ação Penal (DCIAP), estrutura do Ministério Público que investiga a criminalidade organizada, mais grave e complexa.
No passado dia 24, o ex-presidente do BES, Ricardo Salgado, foi detido para ser interrogado como arguido pelo juiz Carlos Alexandre no decurso do processo Monte Branco, que investiga a maior rede de branqueamento de capitais em Portugal.
Findo o interrogatório judicial, foram aplicadas a Ricardo Salgado as medidas de coação de sujeição a caução, no montante de três milhões de euros, proibição de ausência do território nacional e proibição de contactos com determinadas pessoas.
Segundo o Ministério Público, em causa neste processo em que Ricardo Salgado foi interrogado está a eventual prática de crimes de burla, abuso de confiança, falsificação e branqueamento de capitais.
No mesmo dia, Ricardo Salgado manifestou, em comunicado, a sua "total disponibilidade para colaborar com a justiça no apuramento da verdade", como "já o fez" há dois anos.
"Ricardo Salgado reitera a sua total disponibilidade para colaborar com a justiça no apuramento da verdade, como já o fez, no âmbito do processo, há cerca de dois anos. Ricardo Salgado acredita que a verdade e a justiça acabarão por prevalecer", dizia uma nota do ex-presidente do Banco Espírito Santo (BES) enviado à agência Lusa.
Francisco Proença de Carvalho, advogado de Ricardo Salgado, disse, na altura, à saída do Tribunal Central de Instrução Criminal (TCIC), que o seu constituinte "colaborou com a justiça, prestou a sua visão sobre os factos e assim continuará".
