A Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa informou esta terça-feira que não há risco de prescrição para peculato, branqueamento de capitais, falsificação de documentos e abuso de confiança imputados a João Vale e Azevedo, que está a ser julgado.
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Em informação inserida na página oficial na internet, a Procuradoria-Geral Distrital de Lisboa (PGDL) sublinha que "nenhum dos crimes envolve risco de prescrição, considerando as interrupções ou suspensões dos prazos respetivos e sendo certo que o crime de branqueamento (de capitais) prescreve em 15 anos".
João Vale e Azevedo, presidente do Benfica de 3 de novembro de 1997 a 31 de outubro de 2000, é acusado de se ter apropriado de mais de quatro milhões de euros do clube, verbas resultantes de transferências de jogadores.
Na primeira audiência de julgamento, a 25 de setembro, Vale e Azevedo requereu o adiamento da sessão por um período de dois meses, para se aguardar a decisão dos tribunais britânicos sobre o pedido de extradição para Portugal.
O coletivo de juízes da 3.ª Vara do Tribunal Criminal de Lisboa, presidido por José Manuel Barata, considerou que não era "absolutamente indispensável para a descoberta da verdade material a presença" de Vale e Azevedo "desde o início do julgamento".
A próxima sessão está programada para 16 de outubro, com a audição das duas primeiras testemunhas do processo.
Presidente do Benfica de 3 de novembro de 1997 a 31 de outubro de 2000, Vale e Azevedo está indiciado de alegada apropriação indevida de verbas resultantes das transferências dos futebolistas Scott Minto, Gary Charles, Amaral e Tahar el Khalej.
João Vale e Azevedo pediu a nulidade da acusação, com a alegação de que tinha uma conta corrente com o Benfica, clube que viveu uma crise financeira de 1998 a 2000, com algumas contas a serem penhoradas de 24 de abril a 13 de junho de 1998.
A Benfica SAD, que se constituiu como assistente no processo, pede uma indemnização cível no valor de mais de sete milhões de euros.
Vale e Azevedo encontra-se a residir em Londres há quatro anos com passaporte confiscado e a proibição de se ausentar do Reino Unido.