<p>O barulho de berlindes terá estado na base da tentativa de homicídio ocorrida, ontem, domingo, no Barreiro, em que um homem fez um disparo de caçadeira contra um vizinho, após o que se barricou em casa, armado. A GNR cercou o local, mas o indivíduo já se suicidara.</p>
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O caso ocorreu na localidade de Vila Chã, no Barreiro, ao início da manhã, mas segundo a própria mulher do agressor, Maria Cidália Bronze, adiantou, ao JN, "já havia problemas há muitos anos. Até já nos tínhamos queixado à GNR, mas ninguém ligou".
O agressor morava no rés-do-chão, enquanto o vizinho que era alvo das queixas residia no primeiro andar. A vítima, João Cerqueira, foi ferido pelos disparos à porta do prédio onde ambos residiam e estava acompanhado pelo filho. João Cerqueira, que foi atingido na virilha, está internado no Hospital do Barreiro em recuperação.
O agressor, Jorge Bronze, de 60 anos, antigo bombeiro voluntário dos Bombeiros de Sul e Sueste, tinha, no entanto, problemas psiquiátricos, na sequência de um problema crónico de diabetes. "O meu marido tinha sido operado há alguns meses para tirar um dedo do pé, devido à diabetes e andava muito perturbado", contou a viúva.
No entanto, a vizinhança conhecia há muito o conflito entre os dois homens. "De vez em quando, havia discussões entre os dois", contaram, ao JN.
Ontem de manhã, cerca das 7 horas, Maria Cidália saiu de casa para ir para o trabalho, mas antes o marido tinha-se queixado mais uma vez do barulho. "Não me deixaram dormir, agora eram coisas a bater no chão. Pareciam berlindes", contou Jorge Bronze à mulher, antes desta sair para o trabalho.
Cerca das 10 horas, o antigo bombeiro voluntário, que foi também fiscal da EDP, função da qual estava reformado, por doença do foro psiquiátrico, deu conta de que João Cerqueira vinha a entrar em casa e terá pegado na caçadeira para lhe fazer uma emboscada.
A vítima vinha acompanhada pelo filho e recebeu o tiro de chumbo na virilha, após o que Jorge Bronze se refugiou em casa, enquanto os bombeiros eram alertados e rapidamente socorreram o ferido, levando-o para o Hospital do Barreiro.
Pouco depois, houve mais um ou dois tiros, ouvidos pela população, enquanto a GNR era chamada a intervir. O comando local chamou as Operações Especiais, uma vez que o indivíduo estava armado e não havia a certeza se a mulher estaria ou não em casa.
O uso de meios de vigilância electrónica permitiu verificar que o suspeito estava morto na sala e consigo tinha uma pistola de calibre 6,35 mm, com a qual terá feito o disparo para se suicidar. A mulher diz que as armas estavam legais e que o marido tinha licença de uso e porte de arma.