O presidente da Associação Juízes para a Cidadania, Rui Rangel, afirmou este domingo que concorda com a pena de prisão preventiva decretada à jovem de 16 anos que agrediu outra por considerar tratar-se de situação grave e bárbara.
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"Revejo-me claramente na decisão tomada. Ninguém tenha dúvidas da gravidade e da barbaridade deste caso, que ainda por cima foi filmado", sublinhou à agência Lusa Rui Rangel.
No sábado, o juiz de instrução do caso colocou em prisão preventiva uma das jovens, com 16 anos, que agrediu a adolescente de 13 anos, bem como o alegado autor do vídeo que circulou na Internet, com 18 anos.
Para o juiz desembargador, apesar de ser entendido por muita gente que se trata de uma "decisão inédita", tendo em conta a natureza do crime praticado, esta deve ser respeitada uma vez que "foi tomada por se entender que estavam reunidos todos os pressupostos legais".
"O juiz Carlos Alexandre é o único conhecedor do processo. Se ele decidiu aplicar a medida de coação mais gravosa é porque entendeu que o devia fazer", atestou.
Rui Rangel acusou ainda o bastonário da Ordem dos Advogados, Marinho Pinto, de desvalorizar o caso ao criticar a aplicação da prisão preventiva aos dois jovens que participaram nas agressões.
"A agressão feita naqueles moldes e com aquele grau de violência chocou o país. Uma jovem deitada no chão a ser pontapeada enquanto outros filmavam e riam. Se isto para o senhor bastonário não é nada e não tem nenhuma gravidade eu já não sei interpretar o pensamento do Marinho Pinto", criticou.
No sábado, o bastonário da Ordem dos Advogados, António Marinho Pinto criticou a aplicação da prisão preventiva aos dois jovens, considerando tratar-se de uma medida de um sistema judicial "da Idade Média".